Charles Fabian, Maxi, a antipatia e suas conseqüências

Até que ponto a Antipatia de um líder a um subordinado pode comprometer o seu desempenho no campo profissional? Faço esta pergunta, meu amigos tricolores, com o objetivo de fazer uma análise do que aconteceu com o Bahia nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Diante de tantas análises e simulações matemáticas, de chances, de conjecturas futebolísticas, de frases de dirigentes e analistas de imprensa, tão comuns ao campo do futebol, penso eu que uma análise “comportamental” e psicológica dos atores envolvidos pode nos trazer muitas luzes.

Em muitos setores da vida profissional, por mais competências técnicas que tenha um(a) colaborador(a), as aptidões sociais nunca poderão ser negligenciadas: Quando se é um Líder isto pesa ainda mais. Do líder, tudo tem consequência. Absolutamente tudo! Para o Bem e para o mal; E Ter simpatia (ou antipatia) por um colega certamente ajuda em muito a pensar de que forma que todos ali estejam ganhando ou perdendo. Assim, quando deliberadamente e escancaradamente um líder demonstra ser ANTIPÁTICO a um colaborador, e se este NÃO SOUBER medir os níveis desse sentimento, as consequências do grupo sofrerão continuamente. Já imaginou o que acontece se um professor fosse reprovar os alunos que ele não gostasse? O que aconteceria se policiais fossem prender as pessoas baseadas na sua simpatia por elas? Se um líder reduz todos os seus liderados à sua simpatia ou antipatia por alguém, o que ocorre? Quando isto acontece, inicia-se uma relação delicada, muitas vezes, com perseguição, implicância e, consequentemente, baixa produtividade e resultados negativos.

O Bahia hoje está com este problema, todos sabem, e a questão JÁ ESTÁ trazendo consequências para o campo, MUITO ALÉM de um “corpo mole de cá ou de lá”, ou uma “cara feia”, algo até comum no futebol; Mas vejo muito mais que isso. Vejo decisões sendo pautada por esta relação. Como não temos acesso ao dia-a-dia dos jogadores e do treinador, o que “acontece” no campo do jogo oficial, a “escalação”; as “substituições”, e o “movimento tático” promovido pelo técnico (líder) diante dos resultados dos jogadores (liderados) pode demonstrar a teoria do porque eu penso que não conseguiremos (quero muito está errado nesta conclusão!) o nosso acesso.

Vejamos:

No jogo contra o Botafogo, Charles, técnico do Bahia, entrou com um meio de Paulinho Dias, Souza, Tiago Real e Eduardo; No ataque, Roger e Kieza. Após a completa inoperância deste time o técnico sacou Roger para promover o João Paulo Penha (toc, toc. Isola! Deus é mais!) com o objetivo de por velocidade e logo depois tirou Real para colocar Rômulo, visando com isto dar “qualidade” ao meio. Apesar de Maxi Biancuchi ser o vice artilheiro do time, de vir sendo o “oficial” companheiro de Kieza e de vir sendo “escalado” em todas as análises prévias da imprensa durante a semana para este jogo, e de – PRINCIPALMENTE – ao longo desta partida contra o botafogo, nenhuma das alterações promovidas por Charles ter dado qualquer efeito – Nem João Paulo e nem Rômulo nada fizeram NADA – apenas NOS ULTIMOS minutos Charles pôs Maxi (seu desafeto) no jogo. Todos vimos que a partir desta última mudança, o Bahia começou a fazer alguma coisa na partida.

Sinal Amarelo ligado!

No jogo contra o Santa Cruz, o meio escalado por Charles CONTRARIA qualquer pessoa que minimamente tenta pensar futebol. 30 mil pessoas no Estádio, além das milhões nas Rádios e TVs concordavam com este fato. Menos o “Guardiola” Charles Fabian: A Escalação de Rômulo e Eduardo, (Formação realizada ao final da partida contra o Botafogo e que já não surtiu qualquer efeito) gerou um esquema que mostra até que ponto não gostar de uma pessoa influencia todas as suas atitudes. Charles ao fazer isso, põe 2 meias com a MESMA CARACTERÍSTICA: lentos, CANHOTOS e sem qualquer agudeza. Na partida, ambos caíram pela esquerda (tendência natural) na “tentativa” de fazer jogada com KIEZA que também caia pela esquerda. Enquanto isso, NINGUÉM fazia triangulação ou jogada com Maxi que ficou isolado. Como os meias avançados estavam caindo pela esquerda, e os “volantes” naturalmente acompanhavam este movimento (até porque este era a principal saída do Santa, coitado do nosso Lateral esquerdo) apenas CICINHO tentava sair pra jogar com Maxi.

Consequência:

Os volantes que não cobriam sua saída, e todas as bolas de subida de Cicinho acabavam em contra-ataques homem a homem contra o zagueiro Valongo. Neste movimento, o Santa Cruz começou a explorar AS DUAS LATERAIS e envolver todo o time do Bahia. Será que Charles não viu isso? Claro que sim, pois não quero crer que se um mero consumidor de futebol que eu sou posso ver isso, uma pessoa que se profissionaliza nesta atividade não tenha percebido. Mas, por que insistir?

Aqui está o cerne da teoria que vos exponho: o objetivo de CHARLES era por Maxi Biancuchi numa situação de jogo ruim, ISOLADO, sem ter com quem jogar e assim “justificar” a sua saída, substituição diante da torcida. De fato, isto aconteceu. O argentino não fez uma boa partida, tanto que LOGO APÓS o gol do Bahia esta foi a primeira providência tomada pelo nosso técnico. Não tínhamos nem 20 minutos de segundo tempo. Mas para Charles, com o Bahia ganhando, já era hora de se “Livrar” do seu antipatizado.

O que ele não pode prever é que imediatamente após essa atitude iríamos tomar o empate.

Como a psicologia explica muita coisa, e o dito (e não dito) demonstra muito do que pensamos, quem assistiu a coletiva de Charles pode “perceber” que na lógica dele a culpa do empate do Santa foi do se “antipatizado”. Segundo Charles, não foi o fato de tomarmos um gol igual ao que tomamos contra o América-MG, não foi o resultado de um mau treinamento, não foi a culpa de um sistema que não consegue anular uma bola no “primeiro pau”; para Charles “Guardiola” foi a demora de Maxi em sair do campo na substituição que fez que tomássemos o gol de empate gerado em uma “bola parada”. É mole? Perseguição pouca é bobagem?

E como azar anda ao lado da incompetência e da incoerência, esta mudança conseguiu piorar o que já estava ruim. Neste esquema “Canhoto” e que não marca, Biancuchi (que não estava bem, sabemos, e parte por culpa do técnico) PELO MENOS impedia a saída de mais um lateral e meia do Santa à nossa intermediária. Quando este saiu OS DOIS lados do Bahia ficaram muito mais expostos e o resultado nos já sabemos.

(Pausa para o “Se”: Fizesse ele a simples substituição de um meia sonolento – Eduardo ou Rômulo, por um meia de cancha – Tiago Real pela direita – ou até mesmo por um centro avante – para segurar um zagueiro e por Maxi e Kieza aberto, estarímos protegendo os nossos laterais, promovendo uma alternância de saída e dando liberdade de marcação ao nosso artilheiro K9, ou seja, NÃO PERDERÍAMOS. Maaaassss, como Charles queria mostrar ao argentino quem é que manda…)

Depois disso, nosso “Guardiola” insistiu num esquema que deixava UM BURACO incrível na meiuca do Bahia. Se os “sonos” não faziam nada, nem chegavam, nem marcavam, e nem impediam a saída dos laterais e meias do Santa, sobravam sempre 3 ou 4 contra nossos volantes; sobrecarregando o Paulinho Dias (que já não é bom, falo sempre que pra mim ele é um FAEL melhorzinho) e o Souza numa partida péssima (que já vem se repetindo). Não conseguiam dar conta de tanta gente naquela segunda bola.~

E com este esquema doido-canhoto, os laterais do Bahia sofriam. CHARLES, com a INCOMPETENCICIA e Birra dele ainda Sacrificou o menino lateral esquerdo e Piorou a situação de Cicinho que não tinha condições de sair tantas vezes (pra tentar jogar com Maxi) e voltar pra marcar (pois não tinha cobertura dos volantes, que caiam pra esquerda pra acompanhar os meias) Ou seja, essa é a minha crença que nosso time não sobe. O problema de Charles com Maxi causou tudo isso.

Não imaginávamos que esta antipatia dele iria influenciar tanto. O esquema de jogo demonstra esta antipatia. Lideres de verdade não fazem o que ele fez. Um líder maduro e seguro, ao contrário, sabe muito bem separar as coisas; não se deixa ser dominado pelas emoções negativas e, assim, não permite a si tomar decisões passionais” Por essas razões, minha decpção com Charles é GRITANTE. Não imaginava que as consequências desta relação poderia afetar tanto o nosso anjo 45. Por isso, eu tenho poucas esperanças no acesso.

Como só acredita quem tem fé eu tenho medo. Somente a fé pra poder acreditar com tanta coisa dizendo o contrário. Com o próprio time sendo contra. Com a própria direção sendo contra e até com o próprio técnico – ÍDOLO – sendo contra.

• Anderson Venicio Santos é Professor, funcionário de Estatal, amante de futebol e Tricolor de aço desde o 1º fôlego de vida.

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