A torcida do Bahia impõe medo ao próprio time

Recebi um belo texto de um dos bons tricolores que moram distante de Salvador mas conservam essa paixão pelo tricolor. Nosso confrade está preocupado com a atitude da torcida tricolor nos jogos do Bahia em casa e me reservou essa resposta ao meu ultimo texto. Leiam também e formem sua opinião.

Maurício, Parabéns pelo texto!

Olha irmão, há algum tempo tento entender o comportamento da torcida (no estádio) do Bahia e não consigo… O clima é sempre de “medo” e “insegurança” por parte dos Atletas e Comissão Técnica.

Enquanto 99,9% dos times de futebol possuem, no “mando de jogo”, uma grande vantagem, para o Bahia se torna uma tortura! Os jogadores se sentem, psicologicamente, fragilizados e inseguros.

Não se trata de uma psicologia de “boteco”. É a pura verdade. Você está certíssimo em número, gênero e grau!

Vejamos o seguinte: Em muitas competições (Ex.:Copa do Brasil), o “mando” de jogo é tão importante que a regra atribui uma valoração majorada para o “gol-fora-de-casa”. Isto porque TODO MUNDO SABE que o time joga em casa, perto da sua torcida, possui, TEORICAMENTE (no caso do Bahia), uma vantagem.

É justamente aí que os TORCEDORES possuem a oportunidade de desempenhar seu papel mais importante, qual seja: INCENTIVAR o clube do coração… Mas esta regra não se aplica ao Bahia…

A “paixão” pelo time é fundada em CRÍTICAS intermináveis e COBRANÇAS exageradas. Para estes “torcedores”, o Bahia só tem chance de ser aplaudido quando sai na frente e, por fim, vence o jogo. Isso é um absurdo! E não é só isso… Não há músicas ensaiadas de enaltecimento do Time. Ao longo de duas horas de contato direto com o Tricolor só se ouve uns poucos: “Baêa, Baêa”…

Não quero dizer com isso que o VERDADEIRO torcedor não tenha o “direito” de externar suas críticas, mas lembrando que o Tricolor não é “saco-de-pancada” e que a paixão pelo Clube deve ser incondicional. Na vitória ou na derrota, na primeira ou na última divisão…

 Espero, sinceramente, que as “organizadas” mudem a sua postura e se reúnam para traçar novas diretrizes e formas de demonstrar ao Brasil, o quanto o Bahia é amado por seus torcedores. Eu já vi jogos em que a “torcida” gritava “olé, olé” para o time adversário. Isso não é apenas humilhante para os Atletas, mas para toda a Nação Tricolor.

É inconcebível que uma pessoa pague o ingresso para ir ao estádio de futebol, torcer pelo seu time e jogue fora a oportunidade de “fazer a sua parte”. Deveria ter ficado em casa comendo acarajé… Tem gente que vai embora, lá pelos trinta e cinco minutos do segundo tempo, quando o Tricolor está com o “placar” adverso. Será que eles nunca viram um time de futebol fazer dois gols após os quarenta minutos?

Eu já, e muitas vezes. Me criei no Rio de Janeiro vendo: Zico, Rivelino, Roberto Dinamite, Jairzinho, Bebeto, Buga e Cláudio Adão jogarem no Maracanã! Era cantoria até o fim. Ninguém arredava o pé. Aliás, o bando de “pé-frio”, que saía mais cedo, este sim recebia as vaias da Torcida, que tem a “obrigação moral” de apoiar seu time, até o apito final, principalmente nas horas mais difíceis. 

Atualmente morando em Curitiba-PR, trabalhando como técnico do Futebol Amador, aqui também sou tricolor (Paraná Clube) que há quatro anos está na série “B”, mas a torcida nunca perdeu o “carinho” e a “esperança” de dias melhores para o Tricolor paranaense.

 Jogar aqui em Curitiba contra o Coxa (no Couto pereira) ou contra o Atlético (no Caldeirão da Baixada) é tarefa duríssima para Clube, de qualquer grandeza, a nível mundial. Por quê? Porque A TORCIDA FAZ A DIFERENÇA. Meu “sonho” é ver Torcedores Tricolor, como eu e você, serem maioria. “You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one”… 

 Forte abraço meu querido, 

 Marco Antonio Polidoro Curitiba-PR (Treinador, Escritor e TRICOLOR)

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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