Baianão 2013: Um campeonato Infeliz

A Federação Bahiana de Futebol,
que completa 100 anos em setembro próximo, no dia 14, parece que conseguiu se
superar, elaborando um dos piores formatos de disputa do centenário campeonato
baiano. 

Desde quando o torneio foi
iniciado (antes mesmo da existência da FBF, em 1905, organizado pela Liga
Bahiana de Sports Terrestres), já existiram dezenas de formatos, com número
diversos de participantes (desde apenas 3 em 1908, até 16 clubes em 1969 e
1970), mas dificilmente algum tenha sido em um formato pior do que o desse ano. 

Mas ninguém se atreva a criticar
o torneio diretamente para a federação pois, certamente, será dito que o formato
foi aprovado pela maioria dos clubes participantes, e recebido elogios de muita
gente. E que ninguém criticou o formato em seu início, como se fosse obrigação
do torcedor comum prever falhas de um torneio tão mal elaborado. 

Mas vejam só: o absurdo não está
apenas no fato de dois times terem se classificados com menos pontos
conquistados, do que outros dois que deram adeus à competição. Mas em imaginar
que o Bahia, por exemplo, que se classificou para as semi finais com apenas 1
vitória (totalizou 8 pontos em 8 jogos, talvez única equipe no mundo que tenha
alcançado uma semifinal conquistando apenas 33% dos pontos disputados na fase
classificatória), não teria sua classificação abalada, ainda que tivesse perdido
a única partida que conquistou! Teria, portanto se classificado com apenas 5
empates em 8 jogo disputados!!! Ridículo! 

Pior ainda, esse formato
permitiria que, caso todos os jogos fossem vencidos por clubes de um único
grupo, tivesse 2 semifinalistas com 0 pontos conquistados, e dois
desclassificados com 100% de aproveitamento!!! Pense em um absurdo??!! E por
muito pouco não chegamos a essa situação. 

E nesse cenário, com apenas 2
empates um time poderia chegar na final, e vencendo apenas uma partida (e com 9
derrotas em 12 jogos), poderia ser campeão baiano.  E não adianta a desculpa de que a composição
dos grupos foi definida em função da classificação da primeira fase. O mínimo
que um campeonato como esse deveria garantir, era que os dois melhores clubes do
torneio pudessem estar nas duas primeiras posições ao final dele. No entanto, o
que se permitiu foi que o menos ruim de um grupo decida o campeonato com o
melhor do outro. Aliás, erro parecido ocorreu no Nordestão, quando era
impossível que tivesse uma final entre Bahia e Vitória, ainda que fossem os
melhores (impossível no sentido da tabela, claro). 

E para piorar, ainda teremos que
aguentar com esses belos formatos de campeonato no ano que vem, afinal, o
estatuto não permite que haja mudanças sem o torneio se repetir ao menos uma
vez (pena que não proíbe formatos ridículos como esse). 

Um grupo único com pontos
corridos entre 8 clubes, ficando apenas os finalistas, é uma solução plenamente
possível de ser adaptado no calendário disponível… e certamente uma opção
muito mais justa e interessante do que a atual (16 ou 18 datas). Pena que os
gênios da federação não consigam perceber isso. E se outra pessoa sugere algo
parecido, facilmente será dado uma desculpa que inviabilizaria o formato, ainda
que essa desculpa seja facilmente derrubada. A FBF não tem a humildade de
admitir que seu trabalho foi abaixo da crítica, e muito menos que outras
pessoas possam sugerir formatos melhores… É uma pena. Na verdade é
lamentável!

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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