E eles vão continuar rindo da torcida tricolor

Sobre os gigantes que movimentam o comportamento humano podemos destacar a ira, a culpa, o medo e o amor. Dentre estes o maior candidato as eleições da torcida para ser o responsável por mobilizar os próximos atos dessa trágica caminhada do Bahia rumo à série “B” é a ira. A ira não é boa conselheira; destrutiva, ela procura “bodes expiatórios” quando não pode sozinha resolver os problemas que angustiam os seres-humanos. No passado, foram os cristãos para a cruz, depois foram às mulheres para as fogueiras, agora querem levar os jogadores do Bahia para linchamentos em praça pública. A ignorância do torcedor em sua enraivecida motivação o faz crer que os culpados pela campanha do Bahia são jogadores e comissão técnica. Esquecem os torcedores que os jogadores e comissão técnica são cidadãos assalariados que precisam de um bom ambiente de trabalho para desenvolver suas atividades. Não será, portanto, agressões físicas nem verbais que farão os jogadores jogarem seu melhor futebol. Contudo, o protesto é válido, o desabafo em face de uma campanha abaixo da crítica é louvável, mas sem violência. No protesto muitos jogadores poderão enxergar a quem interessa um Bahia vitorioso de verdade, enxergarão os jogadores naqueles que protestam num sentimento genuíno de ser Bahia, torcedores que sofrem de verdade com essa situação. O torcedor que está sofrendo o toca somente o sentimento, não tem outros interesses menos nobres. Em minha opinião, os jogadores são os menos responsáveis pela campanha medíocre do Bahia. Muitos deles estão jogando no sacrifício, como fez Souza ao voltar no BaxVi e Ávine também, que se sacrificaram e voltaram para o departamento médico. Fabinho e Hélder estão jogando fora de suas posições desde o início de um campeonato brasileiro. Isso não tem explicação! Como não tem explicação determinada empresa multiplicar os seus rendimentos de forma astronômica enquanto o Bahia continua refém de verbas de televisionamento. Reafirmo que os dirigentes do tricolor são os principais culpados por essa situação e vou além: todos os jogadores do Bahia deverão continuar ano que vem trabalhando no Bahia, pois quem deve sair definitivamente do Bahia é o grupo que tolhe o Bahia de se democratizar, clube sem prestação de contas, e que muitos sequer conseguem se manifestar livremente numa reunião de assembléia com medo de sofrer uma injusta agressão. Tais cidadãos que continuarão negando sua participação nesse teatro de horror que se tornou esse campeonato brasileiro, não aparecem senão para dizer que nada tem a ver com empresários que militam em torno das nossas divisões de base, não explicam por que Filipe saiu do tricolor sem aparecer no profissional, não explicam por que Mansur, reserva de Jussandro, foi para o rival e é titular. São tantas questões que nos colocamos em face dessa situação que não tenho dúvidas em arriscar que o Bahia navegou em quanto pode nas águas mansas dos apostadores de ocasião, e quando foi chamado a definitivamente a permanecer na primeira divisão, perdeu o “bonde” por pura vaidade, arrogância e ultrajante sentimento antidemocrático de sua diretoria que parece viver num mundo diferente da torcida. Mas, como demitir e expulsar em assembléia cidadãos que nada entendem obre o diálogo ou hábitos democráticos de se fazerem entender pelas vias normais do bom-senso? O limite de uma administração canhestra já foi atingido, não temos vias alternativas em vista de um Estatuto arcaicos nem dirigentes que permitem o jogo limpo da democracia.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

Deixe seu comentário