Figueirense x Bahia: É preciso atitude

É engraçado como tarefas simples são complexadas pelo ser humano. Muitas vezes o sucesso deixa de ser obtido pela covardia, cautela exagerada ou mesmo falta de habilidade para lidar com certas situações. É como o trabalhador que tem umas economias, mas medo de arriscar em um negócio próprio para multiplicar sua grana… continua sendo subordinado e não constrói muita coisa na vida.

Vocês devem se perguntar, o que isso tem haver com futebol? Tudo. Há alguns anos, eu que sempre amei o futebol e assisto a muitos jogos, me perguntava porque alguns times conseguíam ir tão bem nas competições, enquanto que outros, algumas vezes até mais qualificados tecnicamente, ficavam no meio do caminho. Me perguntava porque os times nordestinos, sempre que jogavam fora de seus domínios nas competições nacionais, retornavam com derrotas na bagagem, sem a capacidade que os times do eixo sul-sudeste exibem de conquistar pontos fora de casa.

Cheguei a uma conclusão: a covardia é quem promove os maus resultados. Futebol é simples: bola na rede. Não tem mistério algum. Eu sinceramente não acredito na mensuração da qualidade técnica de um jogador pela quantidade de zeros à direita do seu salário. Já vi muita gente sair do Bahia e do Vitória como “fraco” ou “joão ninguém” e arrebentarem quando eram contratados por times do sul e do sudeste ou do futebol internacional.

O que os times do nordeste precisam, e incluo o Bahia, é de atitude. Vontade de vencer e busca do resultado. É claro que resguardar a defesa é muito importante, mas é preciso atacar. Já ouviram a expressão “o ataque é a melhor defesa”? Quando você ataca e mostra ao adversário que também quer vencer, você o deixa acuado. Mas se você já entra em campo achando que o empate é excelente resultado e se defende para isso, pode ter certeza que a probabilidade de você levar um gol é grande.

Os bons times do futebol brasileiro hoje se defendem e atacam em bloco, o que requer entrega, bom condicionamento físico e disposição. Alguns desses elementos, sinceramente, não são vistos no Bahia. O tricolor trabalhou com dois técnicos retranqueiros neste campeonato. Treinadores que se preocupam excessivamente com a defesa e esquecem de preparar o time para atacar. A prova disso é a quantidade de empates que o tricolor tem no brasileirão. Nos últimos três jogos, nenhum golzinho marcado.

Tivemos alguns dias felizes, é verdade. Raros momentos em que o Bahia, sob pressão da necessidade dos resultados, resolveu atacar e ter mais atitude em campo. Mas nem de longe o Bahia inspira confiança. Basta abrir mais que quatro pontos da zona da degola, que volta a postura covarde. Reparem na tabela que sempre que o Bahia venceu foi porque estava em situação de alto risco e precisava do resultado. O que mostra que quando a atitude muda, o time mostra ter capacidade de superar seus adversários.

Eu realmente viajo nos meus pensamentos, mas no final, tudo que eu pensei se concretiza. É engraçado como as coisas ocorrem. Critiquei severamente a postura do Bahia no segundo tempo dos jogos contra o Cruzeiro e contra o Coritiba. Uma galera discordou de mim. Depois da derrota para o Vasco, todos as críticas que eu havia feito apareceram no discurso muitos daqueles que de mim discordaram.

A distância da zona de rebaixamento diminuiu e agora o Bahia precisa vencer fora de casa, em um jogo enjoado contra o Figueirense. Será que insistiremos nessa história de que o empate é maravilhoso? Ou será que o tricolor largará a covardia de lado e tentará vencer a partida? Vamos esperar para ver.

Vinicius Brandão

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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