A baixa autoestima atemporal do Vitória

Entre as tantas profecias que o Apocalipse avisa e já se fazem presentes, é possível que nalgum canto da sagrada escritura apareça o indício de que o mundo, um dia, leria mais Paulo Coelho do que Shakespeare, Salvador daria dois mandatos a João Henrique, Ricardo Teixeira, Hugo Chávez e José Sarney teriam mandato vitalício em seus respectivos redutos. Resta saber se na revelação de Deus a João existe, também implícito, algum sinal de que o Vitória, enfim, colocará uma estrela no peito, para com isso termos a certeza de que o mundo está mesmo chegando ao fim.

Nesses 112 anos de vida, o time que pulsa no coração do longevo Padre Sadock tem na baixa autoestima atemporal sua crucial e explícita característica. Paira no espírito de qualquer ser que vista a camisa do rubro-negro baiano uma descomunal descrença, uma absoluta postura de ombros caídos, costas curvadas e o olhar constante de quem se permite merecedor de tão poucas glórias, meros títulos estaduais e suados títulos regionais aclamados quase como estrelas no peito.

Na atual campanha do torneio de acesso à Série A, persiste no Vitória um maldito espírito de tão pouca pretensão. Após vexatórios resultados contra times medíocres, no último sábado (24), numa partida que poderia dar ao Vitória a chance real de respirar ares mais próximos ao G4, o que se viu foi uma vergonhosa derrota, um rubro-negro humilhado na Ilha do retiro, um bando em campo assistindo os quatro gols que proporcionaram ao Sport de Recife a suada quarta colocação no campeonato. ( continua aqui)

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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