Julgamento de Jobson: Confira tudo

O jornal Correio trás uma ótima matéria dando todas as explicações acerca do julgamento do atacante Jobson, artilheiro e destaque do Esporte Clube Bahia. Vale a pena conferir e entender quais são os riscos de condenação e possibilidade de absolvição do jogador.

No julgamento de terça-feira (21), três experientes juristas definirão o futuro do atacante de 23 anos. Um advogado suíço, indicado pela Wada, um israelense, Efraim Barak, indicado pela defesa de Jóbson, e um alemão, Christoph Vedder, presidente do painel, serão os responsáveis pela apreciação e pelo veredito.

Para convencer pelo menos dois deles que Jóbson não merece ser punido, a defesa do jogador se baseia na questão do problema social das drogas. “Vamos argumentar que se ele for afastado de suas atividades, corre o risco de voltar ao vício e isso não vai de acordo com os valores do esporte”, declara o advogado Bichara Neto.

A comitiva de Jóbson, além dos advogados, conta com médico e psicóloga do Botafogo como testemunhas da defesa, que poderá utilizar até o desempenho do atacante no Bahia como argumento – é o artilheiro do Esquadrão na Série A com três gols. Os exames de sangue semanais que o camisa 11 vem fazendo no Fazendão também servirão como prova de que o atacante está livre das drogas.

Rigidez – Mesmo assim, Bichara Neto sabe que a missão é dura. A fama do TAS ser um tribunal rígido é real e o advogado sabe disso. “Sabemos dessa jurisprudência (casos semelhantes) severa, mesmo com drogas recreativas. Estamos indo com muita cautela porque o costume é que as decisões sejam desfavoráveis”, admite.

Ser um trabalhador de origem pobre num país em que poucos têm chance de tão rápida ascensão e descida social, como é o caso de Jóbson, talvez não sensibilize os juristas europeus. Contudo, Bichara Neto está confiante, até porque a absolvição de Jóbson tem precedente. “Atletas de outras modalidades esportivas já receberam penas mais leves em função das suas realidades”.

A defesa também pode utilizar o artigo 10.4 do código mundial antidoping, que trata da redução de pena devido ao fato de que a cocaína e o crack não aumentam a performance esportiva, nem servem para mascarar o uso de outras substâncias dopantes.

Condenação – Se condenado, o atleta pode ser até banido do esporte, uma pena pouco provável, caso o TAS entenda que Jóbson utilizou substâncias proibidas em duas ocasiões diferentes. “A pena pode variar entre seis meses e dois anos, dependendo do entendimento do tribunal”, conta Bichara Neto. Jóbson já cumpriu seis meses. A decisão do TAS dificilmente é passível de recurso por parte da defesa.

Datas marcantes

18 de novembro de 2009
Após o triunfo de 2×0 do Botafogo sobre o Coritiba, exame de urina de Jóbson dá positivo para cocaína. CBF solicita a contraprova, mas só divulga o resultado depois que Jóbson é pego novamente no antidoping, desta vez referente ao jogo entre Botafogo 2×1 Palmeiras, um mês depois.

19 de janeiro de 2010
Ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) Jóbson confessa que consumiu crack, ao invés de cocaína, como se pensava antes. Ele é suspenso por dois anos. Três meses depois, novo julgamento e a pena é cai para seis meses.

14 de julho de 2010
Seis meses depois, Jóbson volta a campo na derrota do Botafogo para o Flamengo por 1×0. Em seu primeiro lance, coloca a bola entre as pernas do zagueiro Welinton.

4 de maio de 2011
Após muito burburinho, Jóbson é anunciado como reforço do Bahia para o Brasileirão. No segundo jogo, contra o Flamengo, ele marca dois gols. Ontem, na quinta rodada, é dele o gol da vitória.

21 de junho de 2011
Por causa de um recurso da Agência Mundial Antidoping contra o STJD, devido à redução da pena, o atacante será julgado pelo Tribunal Arbitral do Esporte e corre o risco de outra punição e até de ser banido do futebol.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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