A fórmula do Brasileirão em xeque

Conviver com um pouquinho de injustiça não é ruim, o problema é viver com uma pretensão de justiça absoluta. E foi assim que o nosso campeonato brasileiro de pontos corridos surgiu; uma pretensão tão grande de justiça quanto as pirâmides do Egito, que são fenomenais, mas não resolveu a questão da injustiça da morte. Sabemos hoje que os pontos corridos como fórmula para o campeonato nacional traz alguns inconvenientes tão grandes e insolúveis quanto a solução que pretendiam.

Os pontos corridos trouxeram consigo uma disputa mais justa entre os contendores na forma de disputa que privilegia o time mais regular durante o campeonato inteiro, induzindo os clubes a uma maior organização e uma agenda cheia durante o ano inteiro, porém não trouxe artificialmente a ética para os seus contendores. A possibilidade desde o ano passado de rivais estaduais entregarem uma partida de futebol como aconteceu com o Grêmio ano passado, falsificando um resultado para prejudicar o reu rival, Inter, decretou a morte anunciada da fórmula ideal.

E a coisa está tão fora de controle envolvendo questões políticas que o São Paulo tem motivos de sobra para boicotar o título corinthiano pela rasteira que levaram com a sede paulista no Morumbi abortada em favor do Estádio do Corinthians para a Copa do Mundo. É incompreensível e insuportável para o torcedor do clube do Morumbi depender dos esforços dos jogadores do São Paulo a idéia de dar um título para o rival Corinthians. Seria como exigir do réu fazer prova contra si mesmo; é quando aparece a natureza humana em conflito com a ética. Não ouso falar nem da redução do campeoanto aos grandes eixos sudeste e sul que amealham a maior fatia do lucros do campeonato injustamente, pulverizando a questão ética e a colocando em segundo plano.

Numa disputa onde o mata-mata tinha a função de determinar o melhor num confronto direto, o torcedor sabia que iria sair do Estádio com um resultado dentro de campo. O São Paulo não iria jamais entregar no mata-mata uma partida para o Fluminense. Não obstante isso, o que nos incomoda mais é a perda de identidade do futebol brasileiro. O futebol brasileiro precisa de um campeoanto de pontos corridos, mas também não poderia abrir mão dos “play-offs” das finais. A emoção de ver seu clube Campeão numa disputa direta não é a mesma que disputar com um time “B” de uma agremiação fora de disputa do campeonato.

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Redação Futebol Bahiano

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