Eu bem que desconfiei. Na partida que o Bahia realizou contra o Sport, assisti a um time limitado que conseguia se enrolar com um Sport extremamente frágil, como há muito eu não via. Ainda assim, o Bahia rebolou para “enfiar” 2 a 0. Alguns amigos, que comigo estavam no estádio, foram unânimes em afirmar que o Bahia jogou mal, opinião essa compartilhada por mim. Foi o primeiro jogo da série B, em que pude ver o tricolor no estádio, pois nos dois jogos anteriores o trabalho não me permitiu. Pensei, por instantes, que a defesa do Bahia era muito lenta e demorava para sair com a bola pelo meio ou pelas laterais. Quantas oportunidades de sair rápido com a bola, mas Bruno Silva e Marcone não conseguiam dar uma saída de qualidade? Foram muitas.
Veio então o perigoso time do Icasa, e bastou imprimir uma certa velocidade contra a lenta defesa do Bahia, que… vocês já sabem o final. Acidente? Bom, eu acho que a partida de ontem, contra o Duque de Caxias foi mais acidente do que o resultado do jogo contra o Icasa. Ontem, pelo menos, tivemos gol anulado, penalti não marcado, goleiro do adversário inspirado, mas contra o Icasa não, o Bahia foi incompetente na criação de jogadas e, mais ainda, na marcação. Acidente? Não. Definitivamente, o Bahia mostrava suas fragilidades reais.
Ai, me vejo obrigado a desconfiar tanto quanto aqueles que questionaram sobre o Bahia, quando este enfrentar os times mais habilitados, a exemplo da Portuguesa, São Caetano, Santo André, Náutico, etc. Se olharmos só para a campanha, o tricolor ainda está bem. São quatro triunfos em sete jogos. Se mantivermos a média, estaremos na série A. Mas será que é possível manter essa média com as fragilidades apresentadas pela equipe? Tá bom, vou reformular a pergunta: Um time que pensa em subir para a série A pode perder para um Duque de Caxias de futebol ridículo e último colocado do campeonato, e, ainda, jogando dentro de seus domínios?
De repente, voltamos aos normal. Cadê as jogadas inteligentes e imprevisíveis? Vamos perguntar ao técnico Renato Gaúcho e ao “craque” Rogerinho, criador das nossas jogadas ofensivas. Porque vejo um Bahia com um jogo previsível, que fica virando bola da esquerda para direito e vice-versa, sem objetividade. Porque vejo um Bahia que ensaiou uma jogada de escanteio inútil, que o faz perder nove entre dez possibilidades de levantar a bola na área. Gosto muitíssimo do jogador Ananias, mas será que o Bahia vai continuar nessa de sempre que Ananias sair do time, a produtividade vai cair? Estaremos sempre dependendo da presença do Ananias para que jogadas mais inteligentes aconteçam? Entramos em mais uma série B para depender de Ananias? Quando é que a diretoria vai pensar em contratar um volante de qualidade, melhor que Leandro e Bruno Silva? Até o zagueiro Nem está decepcionando, cometendo faltas sem necessidade e dando chutão para frente. O que é isso?
Eu sei o que é isso. Já vi esse filme no ano passado. O treinador Gallo insistiu muito com suas teimosias, mas o futebol não veio, e o Bahia foi perdendo, perdendo, perdendo… Agora, seu Renato Gaúcho decidiu atacar os jogadores, dizendo que não tem nenhum Barcelona e nem Real Madri, que o time esqueceu o futebol, enfim… todo mundo tem culpa, menos ele. Que relação heim? Agora entendi porque Apodi ficou chateado no treinamento, quando Carlos Alberto foi testado. Mas enfim, o Bahia não tem presidente, apenas um projeto de presidente político, que só faz prometer, prometer e mais nada. o Bahia não tem comando na sua diretoria.
Nada mudou, está tudo como antes. Um time frágil para um campeonato frágil, uma diretoria incompetente cheia de promessas inconsistentes, falta de prestígio nacional e com uma personalidade de time que, mais uma vez, deverá perder pontos importantes até perceber que a série A já não será possível. O Bahia virou Mito! O nosso Bahia ficou lá atrás, no início da década de 1990. De lá para cá, é só ilusão, enganação e incompetência. Até quando vamos continuar lotando estádio e gerando fortunas para esse clube? E o pior, gerar fortunas para não cobrar. Vaiar? Isso adianta? Adiantou até agora? Não vou estimular quebra quebra, pois sou contra violência, mas é preciso espírito politico para resolver essa situação. Até que alguma coisa mude, me desculpem, será assim: BAHIA, TIME DE ILUSÃO!