Nosso futebol se tornou pouco relevante

Aproveitarei a rodada de atuações satisfatórias dos nossos clubes na Série A para comentar sobre algo que observei no feriado em homenagem à padroeira do nosso país e ás crianças. Em reunião familiar, daquelas que aparecem primos de todos os graus, percebi que todas as crianças que vestiam camisas de times, usavam de clubes ou seleções europeias que traziam nas costas nomes de jogadores, provavelmente muito conhecidos no velho continente, de pronuncia mais difíceis que os mais famosos trava-línguas.

Sei que os jogos de videogame, a disponibilidade das camisas, originais ou não, em quase todos os cantos da cidade e as transmissões dos campeonatos europeus proporcionam uma aproximação com os considerados maiores clubes do mundo, mas tenho uma dificuldade em assimilar quando uma criança diz que gosta de um dos nossos clubes, normalmente o mesmo do pai, mas torce para o Real Madri. Isso soa mais estranho do que quando antigamente se escutava alguém dizer que torcia para um time local e um do Sudeste.

Não sei se essa situação já foi percebida, e se foi, se incomoda os dirigentes dos nossos clubes que normalmente usam os microfones para falar em gestão moderna ou em ineditismo de ações tomadas. Acredito que seja tão difícil para um tricolor que escala o time de 1988 na ponta da língua quanto é para um rubro negro que sabe o nome até do preparador físico de time de 1993 escutar uma criança elogiar o meia da seleção belga e não saber o nome do equivalente de um dos nossos clubes.

Talvez seja a paixão que não me deixa enxergar o quanto o nosso futebol se tornou pouco relevante, mas acho que os nossos dirigentes deveriam prestar mais atenção a este fato ou em breve estaremos construindo estádios para mil e quinhentas pessoas, com o racional e embasado argumento de que o futebol moderno não comporta mais estádios para 60 mil pessoas. Deve ser por isso que o “retrógado” Borussia da cidade de Dortmund preserva um “obsoleto” estádio, sempre lotado, para 81.359 pessoas.

Alex Oliveira, de Salvador, torcedor do Vitória e amigo do BLOG.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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