Os de pés frios estão infestando o Barradão?

O estádio é considerado por quase todos como um divisor. Temos um Vitória antes e depois do Barradão e os números colaboram com a afirmação. O orgulho rubro-negro tornou-se força e foi capaz de reduzir a capacidade dos adversários dentro deste equipamento logo após a sua inauguração. MAS de repente, do nada, como mágica, quem sabe hipnose, tratado como Santuário e Barraquistão, por motivos que somente os rubro-negros sabem explicar, virou uma capela onde as preces já nao são atendidas. Perdeu a força e não assusta mais as visitas que vêm, pintam e bordam, e vão embora com pontos na sacola deixando apenas o desconsolo.

Os resultados sumiram e o Leão passou a ser sustentado na tabela de pontuação quase que exclusivamente através dos pontos obtidos fora do Barradão e apenas com exemplo, o Leão perdeu para o Corinthians no primeiro turno no Barradão, porém dentro do estádio de propriedade do adversário venceu. Empatou com Avaí lá e perdeu aqui. Seria uma legião de pé frios infestando as arquibancadas? O esquema tático que sugere um time fechado fora buscando os contra-ataques e dentro de casa precisa se abrir? Pressão da torcida? Os pés de gelo dos amigos, Alex Oliveira, Reinaldo Silva, Marcos Guimarães, Vovo Mundico? não se sabe, mas há certos rumores que os pés pesados estão dentro das botas do nosso amigo Imperador.

Jogando como visitante, em 10 jogos, até aqui, o Leão venceu 4, empatou 2 e perdeu outras 4, um aproveitamento de 42%, ficando somente atrás do desempenho de 1976, quando atingiu 48% jogando fora de Salvador, só que na época o Brasileiro era regionalizado e tinha poucos jogos em relação ao atual. Ou seja, se manter a pegada fora do cercado, pode ultrapassar essa marca este ano. Como efeito comparativo, em 2013 quando o Vitória terminou em 5º e quase ingressou na Libertadores, o aproveitamento foi de 35%. Já em 1993, quando foi vice-campeão para o Palmeiras, chegou a apenas 39%.

Atuando como mandante, por sua vez, a história é bem distinta, quase um filme de terror. O desempenho é pífio e preocupante, tão ruim que o Vitória segue como pior mandante do Campeonato Brasileiro, não conseguindo se impor dentro do seu Santuário, até mesmo diante de adversários tímidos que também brigam contra o rebaixamento, casos de Chapecoense e Avaí – ambos venceram o Leão no Barradão. Das 11 partidas dentro de casa, o Rubro-Negro venceu apenas DUAS, empatou outras duas e perdeu SETE, algo que reflete o momento ruim (e que já foi bem pior) que atravessa o clube na Série A, inserido dentro do calabouço desde os primeiros passos e ainda lutando para fugir do buraco e recuperar a hegemonia dentro do Manoel Barradas, que pode ser um fator decisivo para a esperada reabilitação rubro-negra em 2017.

Veja os aproveitamentos do Vitória fora de casa na elite nacional:

2017 – Posição atual: 18º

Aproveitamento: 42%

2016 – Posição final: 16º

Aproveitamento: 30%

2014 – Posição final: 17º

Aproveitamento: 26%

2013 – Posição final: 5º

Aproveitamento: 35%

2010 – Posição final: 17º

Aproveitamento: 23%

2009 – Posição final: 13º

Aproveitamento: 18%

2008 – Posição final: 10º

Aproveitamento: 25%

2004 – Posição final: 23º

Aproveitamento: 10%

2003 – Posição final: 16º

Aproveitamento: 26%

2002 – Posição final: 10º

Aproveitamento: 19%

2001 – Posição final: 16º

Aproveitamento: 21%

2000 – Posição final: 22º

Aproveitamento: 25%

1999 – Posição final: 3º

Aproveitamento: 33%

1998 – Posição final: 13º

Aproveitamento: 39%

1997 – Posição final: 9º

Aproveitamento: 28%

1996 – Posição final: 15º

Aproveitamento: 21%

1995 – Posição final: 22º

Aproveitamento: 25%

1994 – Posição final: 19º

Aproveitamento: 28%

1993 – Posição final: 2º

Aproveitamento: 39%

1991 – Posição final: 20º

Aproveitamento: 20%

1990 – Posição final: 18º

Aproveitamento: 20%

1989 – Posição final: 17º

Aproveitamento: 33%

1988 – Posição final: 20º

Aproveitamento: 24%

1986 – Posição final: 29º

Aproveitamento: 21%

1982 – Posição final: 35º

Aproveitamento: 25%

1981 – Posição final: 12º

Aproveitamento: 25%

1980 – Posição final: 25º

Aproveitamento: 21%

1979 – Posição final: 8º

Aproveitamento: 33%

1978 – Posição final: 29º

Aproveitamento: 38%

1977 – Posição final: 38º

Aproveitamento: 24%

1976 – Posição final: 26º

Aproveitamento: 48%

1975 – Posição final: 32º

Aproveitamento: 19%

1974 – Posição final: 8º

Aproveitamento: 52%

1973 – Posição final: 10º

Aproveitamento: 49%

1972 – Posição final: 20º

Aproveitamento: 22%

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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