Série A 2017: Finalmente o que este Bahia tem e não tem?

O Esporte Clube Bahia dá o primeiro passo no Campeonato Brasileiro no próximo domingo, às 16h, diante do Atlético-PR, na Arena Fonte Nova, é claro, certamente com a cabeça dividida e pensando já no Sport-PE, adversário da final da Copa do Nordeste que acontece nos dias 17 e 24 de maio. Ainda que envolvido nessas decisões, a diretoria tricolor já deveria estar trabalhando e anunciando os primeiros reforços para a disputa da Série A, algo que não é percebível, principalmente pelas declarações do diretor de futebol de que “o clube ainda está analisando o mercado”, algo repetitivo e entediante, e que faz transparecer que estão buscando GRANDES contratações e no final percebemos que não é nada disso que pensamos ser. Resta à nós simples mortais acreditar, orar bastante, se apegar a fé e ao que temos de melhor.

Sabemos que a Copa do Nordeste é a prioridade no momento e o elenco está comprometido e focado em buscar o título do maior torneio regional do país, mas nada que atrapalhe ou impeça a diretoria de futebol de fazer seu trabalho que não é entrar em campo e fazer gol e sim tratar das limitações e deficiências do elenco. E nesse quesito, o Bahia tem inúmeras carências que vai do goleiro ao centroavante, o grupo é limitadíssimo, não tem competitividade e peças de reposição para disputar um campeonato longo e cansativo como é o Brasileiro, requer um time consistente e um elenco qualificado para suprir os desfalques por lesão e suspensão ao decorrer da competição, isso tudo para não passar as 38 rodadas na “rabeta” da tabela sofrendo e sendo assombrado constantemente pelo fantasma do rebaixamento, aliás, uma marca registrada do tricolor de aço quando se trata de Brasileiro.   

Mas, finalmente, o que este Bahia tem e não tem? Vamos analisar as carências e as necessidades presentes no elenco atual, às vésperas da estreia no duríssimo Campeonato Brasileiro. Veja:

GOLEIROS

Nada mudou e não é com a chegada de Rafael Santos que vai mudar alguma coisa, aliás, contratação sem nenhum critério, à não ser que que a diretoria estivesse buscando um goleiro para disputar com Anderson o posto de primeiro reserva de Jeanzinho, que deve seguir soberano e dono da caminha 1 sob decreto assinado e carimbado pela direção para proteger o goleiro que ja mostrou que não passa segurança alguma e que trás sobressaltos ao ressabiado torcedor do Bahia em qualquer bola alçada na área.  Sem dúvida, neste primeiro momento a posição de goleiro é a maior preocupação do torcedor tricolor, ainda que sabemos da deficiência do ataque que neste momento parece cardíaco.


ZAGUEIROS

O setor de menor preocupação no Bahia desde a Série B de 2016. Os titulares Jackson e Tiago incontestáveis, transmitem uma segurança que faz o torcedor ter confiança na defesa. Na reserva, temos Lucas Fonseca e Éder, e ainda que um pouco aquém da dupla titular, podem suprir uma possível ausência de ambos sem tantas dores de cabeça, diga-se, Lucas Fonseca muito criticado no ano passado apresenta uma evolução nessa temporada. É claro que não podemos abdicar de contratar outro defensor que esteja dando “sopa” no mercado, se esta for uma contratação para fortalecer o elenco na disputa de um campeonato longo e cansativo.

LATERAIS-DIREITOS

Há muitos anos sofrendo com Tinga, Rayner, Cicinho e companhia, o Bahia achou um lateral com capacidade para ser titular da camisa 2. Eduardo não é um BAITA lateral, de encher os olhos ou que podemos confiar com os olhos lacrados, mas mantém uma regularidade desde 2016 de forma que não nos preocupemos tanto, no entanto, o grande problema é quem substitui-lo, já que Wellington Silva contratado para brigar pelo posição chegou no clube indo diretamente para o Departamento Médico e lá se instalou e não parece sair tão cedo. Ou seja, precisamos de um lateral-direito urgentemente, e que não seja Tinga que ainda está no elenco, pelo amor de Deus. Xô, Urucubaca!


LATERAIS-ESQUERDOS

Não tão preocupante quanto o lado direito, a lateral-esquerda conta hoje com três atletas à disposição de Guto Ferreira, ou seja, não devemos ter novidades neste setor à não ser que tenhamos uma reviravolta. O titular (Armero), a segunda opção (Matheus Reis) e o terceiro (Juninho Capixaba). O primeiro deve permanecer dono da posição pela experiência, ainda que seja meio “descabeçado” com a bola no pé e não passe segurança defensivamente, por vezes deixando uma avenida nas costas da defesa. Na minha opinião, tanto Matheus Reis quanto Juninho são superiores e com muita capacidade para evoluir por ser tratar de dois atletas jovens (22 e 20 anos) e com muito potencial. Quando testados no Baiano e Nordeste, foram aprovados sem restrições, ainda que os testes não fossem tão exigentes.


VOLANTES

Outra posição que não deve ser priorizada pela diretoria no quesito contratações, pelo menos no momento, afinal, conta com muitas opções como Edson, Renê Júnior, Juninho, Matheus Sales, Yuri e Feijão, sendo que este último ainda não me convenceu que sabe jogar bola, acho que está na profissão errada, perdoe-me os fãs do jogador, mas Feijão não tem futebol nem para esquentar o banco de reservas. Se levarmos em consideração que Matheus Sales ainda não mostrou para que veio, Yuri vive visitando o DM, Feijão é um sofrimento e Juninho esqueceu o futebol em 2016, a diretoria poderia repensar em estudar a contratação de outro volante, até para suprir os desfalques ocasionados por lesões e suspensões.

MEIAS

Este, ao lado do último setor que ainda vou analisar, é a maior dor de cabeça do técnico Guto Ferreira e da torcida. O setor ofensivo hoje é um Deus nos Acuda. Com a saída tão comemorada e com razão de Renato Cajá, Régis é hoje o principal jogador do time e vem se superando à cada jogo, no entanto, não tem um reserva à altura que possa assumir sua posição sem contestações. Zé Rafael hoje seria a segunda opção para atuar pelo meio, porém, não passa confiança alguma nem atuando pelos lados, imagine com a responsabilidade de ser o chamado “cabeça pensante”, o homem de criação, oscila altos e baixos. Allione nunca fez o papel de meia central, que eu me lembre, sempre jogou melhor pelos lados do campo, e caso fosse deslocado para o meia numa situação de enorme necessidade, deixaria um flanco deficiente, resumindo, precisamos URGENTEMENTE de um camisa 10 que venha para brigar e não para fazer sombra, assim como atacantes de beirada. Já Diego Rosa, me recuso a comentar.

ATACANTES

Mais um problema e uma ENORME dor de cabeça. Sempre falei aqui sobre Hernane: Ruim com ele, pior sem ele. Nas finais do Baiano foi visível a falta de um legítimo camisa 9 na grande área. O cara se machucou e fomos obrigados a utilizar Edigar Junio de centroavante, algo que até deu uma mobilidade ao ataque, contudo, perdemos poder de conclusão já que Edigar não é um bom finalizador, tampouco goleador. Seu lugar é pelos lados do campo, cobrindo as subidas dos laterais, brigando, recuperando a bola e fazendo a transição defesa/ataque, isso ele faz e muito bem feito. Um que poderia contribuir com o setor de ataque é Maikon Leite, mas inexplicavelmente o rapaz não entra em campo, não está machucado, não tem problemas pessoais, está treinando normalmente, e mesmo assim sequer entra no decorrer dos jogos. Se não serve, manda embora (mesmo caso de W. Silva). 

Sobre o camisa 9, uma prioridade e necessidade do elenco, mas diferente do camisa 10, não tem sequer um titular absoluto. Gustavo, que foi contratado para ser o homem-sombra e reserva imediato do Brocador não é utilizado e curiosamente se tornou reserva de Edigar, mostrando que não é e não será a solução na Série A. Diga-se, a falta de um homem-gol é uma carência que já deveria ter sido sanada desde a lesão de Hernane, mas a diretoria utiliza a mesma explicação de sempre “estamos analisando o mercado”. Coma uma análise tão demorada e apurada assim, esperamos que venha um BOM centroavante e não mais um “come e dorme”.    

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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