Finalmente o Bahia que os “corneteiros” pediam!

No início deste ano algumas polêmicas dividiram os torcedores do Bahia em pequenos pólos com opiniões distintas. Rodízio, perfil de contratação, diretoria dorminhoca, relação de amor de Guto com Hernane, e de amor e ódio de ambos com a torcida. Esse último foi motivo de inúmeros textos em forma de comentários neste blog, formando debates acalorados entre os pólos que queriam a permanência do número 9 em campo, se apegando ao número de gols e a entrega dele no momento defensivo, alegando uma importância tática, enquanto que nós, os “corneteiros”, como ficamos conhecidos, apoiávamos a saída desse “peso morto” do time titular, nos apegando na falta de mobilidade e sequência que o Brocador entregava dentro de campo.

Pois bem, quis o destino que no início de uma sequência importantíssima (4 Bavis decisivos) que ditaria o rumo do Tricolor no semestre 2017.1, tendo influência até no futuro do presidente do Bahia nas próximas eleições, creio eu, o Brocador machucou-se. Numa entrada digna do seu nível naquele momento, paspalhona, agrediu um companheiro de trabalho, poderia ter deixado o time com um a menos (coisa que o juiz resolveu compensar minutos depois) e fraturou a tíbia como resposta do “universo”. 

Desde então o velho Broca ta de molho se preparando pra voltar ao time (independente de gostar, ou não, do futebol do rapaz desejo uma rápida melhora, que volte logo. Registre-se). Pois então, bora fazer uma reflexão, pai? O que o Bahia apresentou de bom sem Hernane, em termos ofensivos, defensivos e em desempenho, nesses jogos em que o Brocador está de fora? Será que a torcida do Bahia está desesperada sentindo a sua falta, gritando seu nome nas arquibancadas, clamando pela sua entrega defensiva singular (kkkk), ou a Nação nem lembra o nome do camisa 9 do time?


O que mudou no time com a saída de Hernane? Vamos às análises..

Jogos sem o “Brocador”:

Vitória 2×1 Bahia (Considerei este jogo pois ele saiu muito cedo da partida)

Bahia 2×0 Vitória

Bahia 1×1 Vitória

Vitória 0x0 Bahia

Bahia 6×2 Atlético-PR

Sport 1×1 Bahia

Números do ataque:

São 11 gols em 6 jogos, o que nos dá uma média de 1,83 gols por partida. Um pouco inferior a do início do ano (até março) que era de 1,95 gols por partida. Porém. só enfrentamos zaga de Série A nos 6 jogos, o que torna o número mais representativo, levando em conta o quesito qualidade do adversário. O time fez os gols necessários na Copa do Nordeste, no jogo contra o vitória fora na ida das semifinais foi o jogo em que o time mais perdeu gols, mas não aqueles “gols de centroavante”, e sim gols de jogadas rápidas em contra-ataque, logo, concluo que o Hernane não teria agregado muito aqui. 

No jogo da volta o time foi bem e brocou fácil, muito por conta da agilidade e mobilidade do bloco ofensivo com Edigar atuando como um falso 9, então, de novo, Hernane não fez falta. O primeiro BAVI do Baiano foi, talvez, o jogo de maior falta do brocador. Em um primeiro tempo avassalador o Bahia sentiu a falta da referência dentro da área e abusou de perder gols “de centroavante”. Ponto para o “Broca” nesse quesito aí. Contudo, no jogo de volta no Barradão, não, o time, visivelmente cansado, jogou pior, se comparado os outros jogos e a falta de um homem de referência não foi determinante no resultado, mesmo com o gol perdido por Edigar. Contra o Atlético-PR não precisa nem comentar o triunfo avassalador, pulemos então para o Sport. Novamente, o fato de não haver centroavante fixo foi um elemento que agregou valor à postura ofensiva do time e, novamente, o brocador não deixou saudades.

Números da defesa:

Já que o brocador era importante no momento defensivo, bora ver a falta que ele faz na defesa. São 6 gols em 6 jogos, média de 1 por jogo, enquanto que no início do ano a média era de 0,7 gols por jogo. De novo, a força do adversário e o caráter decisivo dos jogos tornam a diferença nos números quase nula, já que não tomar gol do Bahia de Feira é muito mais fácil do que tomar tomar 1 ou 2 de Sport, Vitória ou Atlético-PE, times de Série A. O Bahia sem Hernane não perdeu sua característica sem a bola. Com uma organização tática invejável o time consegue rapidamente compor no gramado duas linhas de 4 e uma alternância entre quem vai na bola e quem fica na sobra entre Régis e Edigar. Allione e Zé Rafael também fazem essa troca com Edigar, exatamente como faziam com o Brocador. 

Esse ponto, que era o grande trunfo do broca pra alguns, não foi prejudicado com sua saída. O último jogo, então, nesse quesito foi espetacular. Reforçado nesse setor por Juninho, substituindo Régis, a qualidade defensiva melhorou e o Bahia sufocou o Sport, obrigando o time pernambucano a tentar jogar com lançamentos longos, postura que o treinador deles, Ney Franco, assumiu na coletiva que não era planejada e que só aconteceu devido a excelente qualidade de marcação do Esquadrão na saída de bola do adversário.

Desempenho:

Essa, talvez, é a análise subjetiva mais consensual na torcida do Bahia. O time cresceu de produção de maneira absurda após a saída do “craque” (coincidência?). Foram quatro Bavis inteiramente dominados pelo time do Bahia, sendo um com um jogador à menos desde os 19 minutos do primeiro tempo, e, apesar das chances desperdiçadas, a postura do bloco ofensivo se tornou destaque, em detrimento da tão falada consistência tática defensiva que era o carro chefe outrora. Com fluidez e, principalmente, sequência, Edigar Junio agregou demais jogando de 9, não devendo nada ao Brocador na hora de fazer a parede contra os zagueiros grandões, nem no momento defensivo, inclusive, foi do camisa 11 o passe para o gol de Juninho diante do Sport, fazendo o papel de pivô. 

Deu vigor a uma característica que morria nos pés de Hernane, a busca por um jogo mais rápido e técnico, de toques rápidos e muita movimentação. Isso confunde a zaga adversária e desestabiliza o sistema de marcação do oponente, já que não há um grandão estático espirrando bola o tempo inteiro, mas sim um baixinho habilidoso, forte, correndo e tabelando com dois grandes jogadores, que não a toa subiram de produção, Regis e Allione, e um grande carregador de bola, importantíssimo na transição, auxiliando esse bloco, Zé Rafael (também o acho um grande jogador, como os outros dois citados anteriormente, mas quis dar destaque a esta característica dele que, pra mim, é o seu diferencial. Como esse rapaz conduz bem a bola, parabéns!). 

Outra característica positiva foi o contra-ataque rápido, com um meio leve, de volantes que tem qualidade ofensiva, o time ganhou muito na transição ao ter um alvo a mais pra sair no contra-ataque. O gol de Edigar contra o Atlético Paranaense mostra bem o que não temos com Hernane. Edson rouba a bola e, numa movimentação rápida, Edigar, que está sozinho no ataque naquele momento, já que a bola não era nossa, abre como opção de passe, recebe a bola, ganha do zagueiro na velocidade e chuta com qualidade para o gol. Pouco tempo passou, mas acho que já podemos cravar, Hernane faz mal ao ataque do Bahia. Pra ser justo, não Hernane apenas, um centroavante fixo, aquele finalizador nato que só joga dentro da área, faz mal ao esquema do Bahia atualmente. 

Precisamos nos adequar a isso e procurar no mercado opções que se encaixem no perfil. Não quero dizer que não precisamos de contratação. Precisamos, sim! Gosto muito de Edigar, mas não acho que ele tem estrutura pra ser esse homem na Série A. Não quero também descartar o Brocador. Não! Ele é um bom jogador dentro da área. Devemos usar nos momentos que forem necessários um jogador do seu perfil dentro da partida. 

Um último recado: Guto, viu ai, pai? Sofremos o Baianinho inteiro porque era ou Gustavo ou Hernane, bastou você não ter pra onde correr e ser obrigado a testar uma alternativa ao esquema anterior que o time evoluiu bastante. Não acho Guto um mal treinador, tem prós e contras, mas nessas teimosias ele precisa melhorar. Parece que tem medo de testar alternativas menos ortodoxas. A próxima é essa insistência em botar Feijão nos jogos que o Bahia precisa do resultado. Ora, feijão é meia hora pra roubar uma bola e fazer 500 faltas, e 30 segundos para entregar a mesma bola. Quando precisamos segurar o resultado, precisamos sim roubar a bola mas precisamos também mantê-la conosco e Feijão não é o cara que fará isso. Mas isso é papo pra outro dia. 

BORA BAHÊA MINHA PORRA, FOI ÓTIMO IR PARA RECIFE, VOLTEI FELIZ DEMAIS, O TIME DO BAHIA HOJE DA ALEGRIA AO TORCEDOR, INDEPENDENTE DE RESULTADO, É UM FUTEBOL BONITO DE SE VER. 

Para as viúvas do velho “Broca”, só lamento, bora para fonte quarta ser campeão ‘saporra’!

BBMP!

Matheus Chaves, torcedor do Bahia, amigo e colaborador do Blog.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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