Esporte Clube Bahia, segunda estrela maldita?

Os colaboradores Maurício e Yves ofertaram recentemente para todos nós bons textos, espelhando a atual situação do clube que eles torcem, o Bahia, com seus sinceros encantos e desencantos e não contaminados pelo fervor que se emerge das arquibancadas. Antes o tricolor Paulinho Fernando fez um comparativo com o Vitória, mas tendo como base os dois times atuais.

Diziam os dois primeiros que o Bahia não pode e não deve ficar romanticamente ligado ao seu passado honroso, quando conquistou duas estrelas nacionais. O outro colaborador Henrique, num comentário interno, reforçou a tese dos torcedores acima, ressalvando que o Bahia não pode ficar restrito ao seu sucesso local e regional (?).

Quanto ao sucesso local e regional, tive a curiosidade de fazer um levantamento dos anos posteriores ao campeonato nacional de 1988 conquistado pelo Bahia. Bem, tratando-se um campeão brasileiro há de se concluir que seria campeão baiano de 1989. Foi? Não, o campeão fora o Vitória. Bem, poderiam pensar que fora algum parente de Ednaldo, na época, que impediu o Bahia ser campeão. No ano seguinte 1990, o Bahia recentemente bicampeão brasileiro, foi campeão baiano? Não. O Vitória foi bicampeão, naquele ano.

Pedi socorro para aquela enciclopédia que todos nós consultamos (Wikipédia) e lá está escrito o seguinte:

“O Vitória sem muita força no futebol estadual, passou a demonstrá-la na década de 1950, quando conquistou 3 títulos, em 1953, 1955 e 1957. Após outros títulos esparsos, passou a conquistar a hegemonia contemporânea do Campeonato a partir do ano de 1989, conquistando 70,0% (setenta porcento) dos títulos desde então, dentre eles o primeiro tricampeonato (95-96-97) e dois tetracampeonatos (2002-2003-2004-2005 e 2007-2008-2009-2010).”

Conferi esta informação e realmente de 1989, inclusive, até 2016, inclusive, houve 18 campeonatos conquistados pelo Vitória, 9 pelo Bahia e 2 pelos clubes do interior (Colo-Colo e Bahia de Feira). Há de se considerar que no ano de 1999 os dois foram considerados campeões. Há de se destacar que o Bahia foi vice 13 vezes e não foi mais, porque houve campeonato sem ser classificado nem para a final.

CAMPEÃO VICE

1989

Vitória (Salvador) (11º)

Bahia (Salvador)

1990

Vitória (Salvador) (12º)

Fluminense de Feira (Feira de Santana)

 1991

Bahia (Salvador) (38º)

Fluminense de Feira (Feira de Santana)

1992

Vitória (Salvador) (13º)

Bahia (Salvador)

1993

Bahia (Salvador) (39º)

Vitória (Salvador)

1994

Bahia (Salvador) (40º)

Vitória (Salvador)

1995

Vitória (Salvador) (14º)

Galícia (Salvador)

1996

Vitória (Salvador) (15º)

Bahia (Salvador)

1997

Vitória (Salvador) (16º)

Bahia (Salvador)

1998

Bahia (Salvador) (41º)

Vitória (Salvador)

1999

Bahia (Salvador) (42º)

Vitória (Salvador) (17º)

Poções (Poções)

2000

Vitória (Salvador) (18º)

Bahia (Salvador)

2001

Bahia (Salvador) (43º)

Juazeiro (Juazeiro)

2002

Vitória (Salvador) (19º)

Fluminense de Feira (Feira de Santana)

2003

Vitória (Salvador) (20º)

Catuense (Catu)

2004

Vitória (Salvador) (21º)

Bahia (Salvador)

2005

Vitória (Salvador) (22º)

Bahia (Salvador)


2006

Colo Colo (Ilhéus) (1º)

Vitória (Salvador)

2007

Vitória (Salvador) (23º)

Bahia (Salvador)

2008

Vitória (Salvador) (24º)

Bahia (Salvador)

2009

Vitória (Salvador) (25º)

Bahia (Salvador)

2010

Vitória (Salvador) (26º)

Bahia (Salvador)

2011

Bahia de Feira (Feira de Santana) (1º)

Vitória (Salvador)


2012

Bahia (Salvador) (44º)

Vitória (Salvador)

2013

Vitória (Salvador) (27º)

Bahia (Salvador)

2014

Bahia (Salvador) (45º)

Vitória (Salvador)

2015

Bahia (Salvador) (46º)

Vitória da Conquista (Vitória da Conquista)

2016

Vitória (Salvador) (28º)

Bahia (Salvador)

Quanto ao regional Copa do Nordeste, o Vitória se encontra como o maior vencedor (4 títulos), o Sport (3 títulos) e o Bahia em terceiro, com 2 títulos. 

Os tricolores geralmente nos impõem números de nacionais que não ganhamos. Realmente, não podemos discutir números, mas o que dizer os tricolores deste levantamento? Comparando-se com os anos anteriores, houve decadência gritante do Bahia, no baiano e nordeste, depois da segunda estrela. Sem falarmos do caos administrativo, com risco de perda do pouco patrimônio existente e de se depender de estádios públicos.

Deixa-se a transparecer que o “divisor de águas” foi a segunda estrela do Bahia, deixando uma indagação aos tricolores, será que esta estrela foi maldita ou há 28 anos, aproximadamente, o Bahia desfila de sapato alto Luis XVI?

Atahualpa, amigo, torcedor do Vitória e colaborar do Blog.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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