Vitória vai abrir seu destino para o torcedor

Muito mudou o Esporte Clube Vitória com a nova gestão eleita no final do ano passado. Vovo-Mundico se foi e não deixou saudades. Na área de futebol decidiram pensar no Campeonato Brasileiro da Série A já no inicio do ano quando já esboçaram um time competitivo para a maior e mais importante competição do ano que é capaz de regular a saúde moral e o amparo financeiro do clube. Lideram o Campeonato Baiano com folga, seis pontos em cima do seu maior rival, o Bahia. Estão na 4ª fase da Copa do Brasil depois de superar o Vasco e segue rumando em direção ao sexto titulo da Copa do Nordeste, torneio que é o maior favorito pelo vicio de vencer.

Na área de comunicação houve um avanço estupendo. Hoje o Vitória se mostra e se evidencia nos seus meus aspecto, com textos, ( responsável muito bom, que infelizmente não sei o nome) imagem em tempo real dos jogos, informações diárias e uma programação visual bacana e bem longe daquele Vitória escondido e acanhado como era visto e observado nas administrações anteriores.

Hoje o site trás entrevista com Paulo Catharino Gordilho Filho, presidente do Conselho deliberativo do clube que trata da reforma dos estatutos que será realizada no próximo 2 de Abril além de fazer um balanço do 100 dias de administração.

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Soteropolitano, que gosta de curtir o verão em Itaparica, Paulo Catharino Gordilho Filho, de 34 anos, é advogado, especializado em direito tributário e societário, e sempre esteve envolvido com o Esporte Clube Vitória. Antes de nascer, até! O seu avô foi presidente do clube em 1953 e, na gestão dele, o Vitória conquistou o seu primeiro título profissional. O destino de Paulo não poderia ser outro: colaborar com o crescimento do Leão. Ele começou a integrar o Conselho Deliberativo do clube, como suplente, no segundo mandato de Alexi Portela. Já no mandato de Carlos Falcão, Paulo Catharino esteve como conselheiro efetivo. E foi durante esse período que ele percebeu que o Conselho do Vitória não se enquadrava no que ele imaginava, com pouco espaço de discussão e sem democracia. Isso o incomodou. Então, Paulo resolveu reunir pessoas com a mesma inquietação para discutir o Vitória e contribuir na ótica da democracia e da colaboração. “Foi aí que pude encontrar esse grupo atual que pensa como eu: o Vitória tem que ser mais aberto, democrático e abrir ao debate. Ninguém é obrigado a pensar da mesma forma”, disse o presidente do Conselho Deliberativo que tem muita história para contar e muita coisa para fazer…

Como você se sente na condução de um conselho composto por 91% de novos conselheiros?

Eu vejo de uma maneira muito tranquila, buscamos por isso. Essa oxigenação. O conselho do Vitória tinha vícios que não deixavam o Vitória crescer. Essa nova forma de pensar traz uma perspectiva diferente para o conselho, com Comissões Participativas onde a gente vê o conselheiro atuando diretamente na vida do clube. Fico muito feliz com essa pluralidade que favorece o debate, com discussões de alto nível em um ambiente de respeito. No final, isso engrandece o clube, pois tudo é debatido.

Em cem dias de gestão, como você traça o perfil do novo Conselho?

Acho que o perfil do nosso Conselho é extremamente engajado, atuante com ânsia de participar e viver o Vitória. Com novas ideias e interação com a diretoria. Mas, ao mesmo tempo, é um grande desafio, pois temos que direcionar todos os esforços. Era isso que a gente buscava. Há uma presença, pequena, mas significativa das mulheres, o que traz outro enfoque e é muito bacana. Nosso conselho traz o DNA da diversidade, da proximidade com o torcedor e, ao mesmo tempo, o compromisso com a instituição.

Como está o andamento dos processos com relação ao planejado e prometido antes das eleições? 

Todas nossas bandeiras e promessas estão se concretizando. Antes mesmo da virada do ano eu já tinha nomeado a Comissão de Reforma, que proporcionou aos conselheiros e associados a opção de apresentar contribuições sobre o texto do ante-projeto e, até nove de março, possibilitamos a colaboração do encaminhamento de emendas. O diálogo está sendo amplo nessa nova fase da Reforma do Estatuto. Tive o cuidado de conversar com vários grupos do Vitória. Vejo que esse momento não é de uma gestão, mas do Esporte Clube Vitória. Com certeza, as modificações que estão sendo propostas são profundas e vão entrar para a história. O Vitória vai abrir seu destino para o torcedor. A AGE será o órgão máximo do clube e não mais o Conselho Deliberativo. Isso é uma vitória do torcedor!

Às vésperas de um processo importante (Reforma do Estatuto), quais são as suas expectativas?

Não tenho dormido, pois a responsabilidade é muito grande. Meu maior desafio era colocar a Reforma do Estatuto em prática. E não é fácil fazer transformações tão profundas. Estamos mexendo na estrutura do clube que, historicamente, era visto como elitista, fechado e estamos mudando, radicalmente, isso. É um grande desafio, me sinto honrado, mas, ao mesmo tempo, com uma grande responsabilidade, de tirar o sono. Queremos dar legitimidade ao processo e isso só ocorre com debate. Tivemos, por exemplo, 80 proponentes de emendas com mais de 360 sugestões de emendas. Todos foram respondidos e isso é sinal de democracia, respeito e transparência que a gente não abre mão. A proposta da reforma do estatuto tem nossas principais bandeiras contempladas. Não há estatuto perfeito e ele é feito para ser mudado. O debate é constante e vamos amadurecer assim, adequando tudo ao longo do tempo. Mas há avanço no estatuto com nossas bandeiras maiores: eleições diretas, conselho proporcional e volta do torcedor ao clube com o sentimento de pertencimento, na medida em que há respeito e não exclusão. Como, por exemplo, os 90 dias de carência para o sócio. Estamos dando à Assembleia Geral o status de órgão máximo do clube e isso significa que, se o torcedor for associado e cumprir as previsões estatutárias, ele vai poder decidir os principais destinos do clube. Isso é respeito, democracia e pertencimento. De fato, a minuta proposta contempla esses princípios.

Como presidente do Conselho Deliberativo, o que espera do triênio desta gestão com relação aos trabalhos e às conquistas do Conselho?

Eu vejo uma transformação profunda desde o Conselho Diretor, onde todas as diretorias estão trabalhando, efetivamente, da melhor forma, até o Conselho Deliberativo, que é extremamente atuante e isso me deixa confiante para esse triênio e os frutos já estão sendo colhidos. O Vitória só tem a ganhar. Cabe a nós seguir esse processo com tranquilidade, pois o debate é sempre engrandecedor.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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