Da água para o vinho, ou, diria, do vinho para a água, essa foi a mudança radical do atacante Hernane que chegou ao Bahia com fama de “brocador”, logo foi venerado pelo torcedor tricolor, carente de goleador com a saída de Kieza, com os gols marcados no início da temporada no Baiano e Nordeste quando começou em alta, contudo, atualmente o jogador vive o período de maior baixa desde que chegou ao Fazendão. Sem marcar há cinco jogos e com apenas dois gols nas últimas dez partidas, o centroavante diminuiu a média de gols e viu a sombra do seu reserva imediato, Victor Rangel, aumentar.
Além da falta de bolas na rede, Hernane tem sido criticado também pelo rendimento aquém do esperado. No jogo contra o Criciúma, na 28ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, parte da torcida vaiou o centroavante e pediu pela entrada de Victor Rangel. Porém, mesmo na seca o “Brocador” continua com prestígio com o técnico Guto Ferreira e se mantém como titular absoluto. É evidente que o jogador não vive a mesma fase artilheira de outros tempos, contudo, ele continua liderando as estatísticas da equipe e mostrando que apesar da dívida em gols, contribui de outras formas para o time.
Veja os dados apontados pelo site Globoesporte:
“Ao todo, pelo Tricolor, Hernane tem 19 gols em 40 jogos no ano, uma média de 0,47 por partida. Atualmente, ele passa pela segunda vez pelo seu maior jejum de partidas sem marcar – cinco. Nos últimos dez confrontos, ele marcou duas vezes.
A queda na média de gols de Hernane aconteceu a partir do meio da temporada. O Brocador terminou o Campeonato Baiano com quatro gols em seis jogos – vice-artilheiro do time, atrás de Edigar Junio – e a Copa do Nordeste com seis bolas na rede em seis partidas disputadas – segundo jogador que mais marcou na competição. Na Série B do Campeonato Brasileiro, ele tem 9 gols em 28 confrontos, o que dá uma média de 0,3 por partida.
Por outro lado, mesmo com os 2 gols nos últimos 10 jogos, Hernane se mantém com folga como o artilheiro do Tricolor na Série B e somente com quatro bolas na rede a menos que Felipe Garcia, do Brasil de Pelotas, maior goleador da competição até o momento. No Bahia, o jogador que mais perto chega de Hernane em gols marcados é o volante Juninho, que tem cinco.
Para além dos gols, Hernane mostra em seus números que também contribui de outras formas. Segundo estatísticas do Footstats, o Brocador é o líder de assistências para gols da equipe, com quatro no total. Renato Cajá e Régis, os meias do time, têm três cada um. O jogador com mais assistências na Série B é Jean Carlos, do Vila Nova, com oito.
Hernane também possui números superiores a boa parte do elenco em assistências para finalizações. Ele é o 3º da equipe nesse quesito, com 34 passes ao longo da Série B. Cajá, com 40, e Juninho, com 41, são os únicos na frente dele. Em finalizações certas (no gol), o centroavante é o vice-líder do Bahia. Ao todo, ele já finalizou 28 vezes no gol, contra 30 de Renato Cajá, líder da equipe nesse quesito.
Quanto aos números negativos, Hernane é o jogador que mais ficou impedido no Bahia – 11, no total -, e o segundo que mais erra passes na equipe. Com 123 toques errados para os companheiros, o centroavante só perde para Juninho, que tem 128 nesse fundamento.
Fora de campo, Hernane é elogiado pela postura e espírito de liderança. No início da Série B, no momento de maior declínio técnico do Bahia na competição, não poupou críticas ao time no vestiário. A conversa com os jogadores teve até o áudio vazado.”