Bahia e Vitória: Divisões de base de pura decepção

Sabemos da dificuldade já crônica, na contratação de um atleta, em plena forma, no mercado nacional. Restam-nos a divisão de base. É a nossa única salvação. O Esporte Clube Vitória vem, com estes “subs” que se encontram aí, obtendo sucesso nas competições nacionais, porém sem resultados, no aproveitamento, do time de cima.

Do time titular, só temos o Marcelo e alternadamente, Caíque e Euler. Em resumo, quase sempre um só atleta da casa. Salvo engano, Ramon tem origem no Bahia de Feira. O mais grave que a nossa base não está sendo útil nem para o banco de reserva. Os nossos atletas que foram formados, através de alto investimento, ficam no banco de forma decorativa, porque quando entram não resolvem. E o Vitória é respeitado em todo o Brasil, pelo trabalho sempre frutífero. O que está acontecendo?

Desconfio que o Bahia deve estar passando em igual situação. Usando como referencia seu último jogo, não notamos a presença de qualquer jogador formado no clube entre os titulares. Há de se colocar na balança essas divisões de base, contratando pessoas competentes estranhas ao grupo, para uma verdadeira “auditoria”, para levantar os investimentos e análise técnica dos que aí se encontram.

Não podemos continuar nesta “filosofia” ou com evidente paternalismo, como se estes jovens fossem filhos dos dirigentes. Temos que ser profissionais, além de tudo. Ficamos em dúvida, se estes jogadores não estão sendo aproveitados convenientemente, ou nada eles têm a dar.

Outra curiosidade que tenho e passo a explorar, talvez com ineditismo é o que observamos no dia a dia. Nas Universidades, os maiores mestres são os mais experientes.

Na cultura oriental, os discípulos sempre aprendem, com o mais experiente. Lembro-me daqueles velhos filmes, que abordavam o Kung Fu e o budismo, sempre os jovens tomando lição dos já maduros. No futebol de base, não. O técnico sempre é um iniciante. Que sejam até jogadores aposentados, mas há de se ter na superintendência um técnico de comprovada competência, que tenha uma visão se aquela pedra é um diamante verdadeiro ou falso e se diamante, como orientar a sua lapidação. Aqui, nem os técnicos que têm sucesso no baianão são aproveitados nas divisões inferiores.

Uma verdade sabemos que nos dias atuais não está mais brotando o craque, nos terrenos brasileiros, que não são mais férteis. Talvez chegará a hora de tentarmos importar técnicos europeus, com experiência nessas bases, para prepararem estes meninos. Se lá eles tiram leite de pedra, estamos quase neste nível.

ATAHUALPA – Torcedor do Vitória, amigo e colaborador do BLOG

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário