Em pleno curso as duas Séries, verificamos que os profissionais do eixo Rio e São Paulo continuam com os mesmos vícios, ou sejam, para eles só existem o Flamengo e Corinthians. Em segundo plano, os demais cariocas e paulistas. Em terceiro plano, os gaúchos e mineiros. Em quarto plano, o resto. Sempre foram assim.
Entendo que têm todo o direito e é normal, quando se tratar de programas direcionados para o público local, como ocorre, com os nossos que são produzidos, na Bahia. Contudo, lamentáveis são os programas inseridos, na grade da TV por assinatura. Estes grupos econômicos têm como receita as mensalidades de todos os brasileiros de norte a sul.
Salvo engano, temos FOX SPORTS, ESPN e o SPORTV. Podem anotar que nos programas de domingo e de segunda-feira, ao comentarem os jogos realizados, se houve jogo entre clubes fora do eixo RIO/SP, os comentários ficam restritos aos últimos minutos dos programas respectivos. Se, por exemplo, o Vitória jogar contra um grande deles e triunfar, só vão comentar porque perderam. É impressionante.
Gosto muito, quando as madrugadas furtam meu sono, de acessar os palpites deles, para os jogos do final de semana. Sempre sugerem derrota do Vitória, como também ocorria com o Bahia, quando era clube da primeira divisão. Pela primeira vez neste ano, todos apostaram no triunfo rubro-negro contra o Fluminense. Finalmente!!!!! Aí, o Vitória, não colaborou. Queimou minha língua, risos.
Eles têm má vontade não só com os nordestinos, mas com os demais brasileiros. Nos programas diários, nada falam sobre os clubes que não estejam protegidos. Obviamente, há uma área comercial que se deva respeitar, uma vez que a maior quantidade de consumidores de informação se encontra por lá, mas ignorar informações de nossos clubes? Não!
O pior de tudo que nós baianos somos omissos. Não protestamos. Deveríamos enviar mensagens para estes programas preconceituosos nos respeitarem. Resolverá? Não, mas vai incomodar. Tenho impressão que os pernambucanos que são atuantes reclamaram tanto que a ESPN abriu uma filial por lá sob a marca ESPN NORDESTE. No dia da inauguração, só falaram dos três clubes de Recife. Imaginem, se pernambucano vai se preocupar conosco? Agora, por que não abriram esta filial em Salvador? É o retrato de nosso comportamento e da comodidade decorrente do sono profundo que atingiu a triste FBF.
Ninguém respeita o futebol baiano. O Vitória tenta respirar, para se manter na primeira divisão e o bicampeão brasileiro se apaixonou pela segundona e a fraqueza lhe lança, hoje, como o décimo primeiro DOS PEQUENOS. Para Dalmo recordar sua época dourada, o Bahia hoje se abraça com a lendária “Mulher de Roxo”, da rua Chile, sonhando com Marta Rocha. É um retrato duro, mas fiel. Por isso, como baiano, lamento também a situação tricolor.
Retornando aos canais fechados, é um tema, que irei pesquisar se o consumidor brasileiro, que não reside nestes dois Estados, tem direito às notícias de seus clubes. Seria uma boa provocação ao Ministério Público, exatamente porque não está em foco a tv aberta e sim uma tv por assinatura, com uma caríssima onerosidade imposta por um contrato de consumo.