Como diria o saudoso Fiori Gigliotti: “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”. Findaram-se os campeonatos estaduais, que não servem de parâmetro para absolutamente nada, e agora é a vera, começa o Brasileirão da Série A, campeonato mais equilibrado e acirrado do Mundo, para 20 clubes de 8 estados. Serão 38 rodadas, 380 partidas até dezembro, quando saberemos o legítimo campeão, os classificados para a Copa Libertadores e Sul-Americana e os rebaixados à Série B. Para o Leão que será o representante da Bahia nesta competição, a primeira batalha acontece neste Domingo, às 11h contra o Santa Cruz, em Recife, reeditando um dos maiores clássico do Nordeste.
O estado com mais representantes é o de São Paulo, com 5 equipes, também o que acumula mais títulos, 29 no geral, à frente do Rio de Janeiro, com 15, e na minha opinião, o que entra com mais força na competição. O Corinthians, atual campeão brasileiro e comandado pelo inteligente técnico Tite, com certeza um dos favoritos à disputa da taça ao lado do Palmeiras do promissor Gabriel Jesus, o São Paulo do meia Paulo Henrique Ganso e Santos do trio canarinho Gabriel, Lucas Lima e Ricardo Oliveira. Qualquer um desses campeões, não será surpresa alguma. Fechando o quinteto a Ponte Preta.
O Rio de Janeiro, com 3 representantes, não aparenta trazer nenhum favorito ao título, pelo menos na teoria, em campo tudo pode acontecer, ainda mais se tratando do esporte mais imprevisível do mundo. O Botafogo, vice-campeão carioca com um time limitado formado por jogadores da base, deve sofrer até dezembro. Em situação mais confortável, mas não tão animador, vêm a dupla FLA-FLU, o Flamengo apostando nos gringos Mancuello e Guerrero, além do Fluminense do oportunista Fred. O trio carioca precisa se reforçar se quiser terminar a temporada com algum motivo para comemorar.
O estado de Minas Gerais traz três clubes: Atlético-MG ainda com o pensamento na Libertadores, Cruzeiro e o recém chegado América-MG. Com os rebaixamentos de Avaí e Joinville, Santa Catarina será representada este ano apenas por Figueirense e o caçula Chapecoense. No Rio Grande do Sul, Internacional e Grêmio tentam se reerguer. Atlético-PR e Coritiba, que fizeram a final do estadual, representam o estado de Curitiba. Por fim, Santa Cruz e Sport honrando o estado de Pernambuco.
Mas vamos ao que nos interessa. O Esporte Clube Vitória, único representante do estado, campeão baiano de 2016 e agora virando seu foco para a Série A, acredito, pensando em fazer uma campanha digna, mas com o objetivo principal de se manter na elite na temporada 2017, de resto, o que vier é lucro. O Leão, que ainda precisa de reforços gabaritados e pontuais (e deve buscá-los, segundo Mundico) deposita suas fichas no setor de ataque que pode desequilibrar, formado por Marinho, Kieza e Dagoberto. E na estreia, reencontra o Santa Cruz, abrindo com chave de ouro o Brasileirão logo de cara fazendo um clássico nordestino.
Uma das atratividades do campeonato é o retorno do Santa Cruz à elite do futebol brasileiro após longos 10 anos figurando nas divisões inferiores. O Santinha do centroavante Grafite, campeão pernambucano e do nordeste em 2016, é a sensação do campeonato, não só pela tradição, mas por sua apaixonada torcida e a caminhada surpreendente da Série D à A. O Sport, apesar da campanha impecável no Brasileiro 2015 quase papando uma vaga na Libertadores e do retorno do meia Diego Souza, não fez um bom primeiro semestre, eliminado na semifinal do Nordestão pelo Campinense e vice-campeão estadual, justamente diante do Santa, mas tem um bom elenco e agora sob o comando do técnico Oswaldo de Oliveira pode ser a pedra no sapato dos grandes.