Caricaturas de Presidente de Clube: ironias a parte

Considerando que a ironia é uma forma de discurso, resolvi falar um pouco sobre os modelos  antagônicos de Gestão de Clubes de Futebol a partir de uma perspectiva caricata. Gostaria, inicialmente,  que se algum presidente de Clube do Futebol no Brasil se sentir ofendido e   chateado,  ou  espernear achando que eu escrevi esse texto com “endereçamento” pessoal, favor desconsiderar este texto, pois essa crônica  é fruto  de observações que fiz sobre os modelos de gestão que ocorreram em outros cantos deste país 

Mas, se caso algum presidente de Clube queira assumir uma das caricaturas, fiquem a vontade, pois essa narrativa procura indicar o que se deve ou não fazer numa gestão de  clube.

Há muito refletir sobre  Presidentes  de clubes de futebol, concluí que existem vários tipos;  Entretanto, existem  dois tipos bem antagônicos: O primeiro tipo  é preso as raízes do Clube; Que entende das entranhas, ou melhor,  da vida do Clube. O segundo, normalmente “cai” de paraquedas.  Normalmente  são amadores e fazem fama, com seus discursos  eloquentes, pousando de líder renovador, inovador,  de estrategista e conhecedor de futebol.

O primeiro tipo de presidente é muito ligado ao Clube. Normalmente são aqueles abnegados que foram conselheiros da Instituição no passado. São vistos como “presos às velhas tradições”; entretanto,  alguns,  procuram auxilio de pessoas que são gestores jovens para mesclar a “tradição com novos modos de gestão”. Procuram se cercar de pessoas que entendem também de futebol, de marketing esportivo e de novas concepções de se fazer futebol. Ao dar entrevistas em veículos midiáticos, falam sempre com uma postura calma, serena e, sobretudo, com empatia de um “bom velhinho”.

Em sua atuação procuram dialogar com as torcidas, sem, contudo, se submeter a elas! Normalmente possui escuta sensível para ouvir a arquibancada, bem como seus auxiliares. Tem em mente que a relação entre “as vozes” da arquibancada e da diretoria são condições necessárias para uma boa gestão do futebol. Eles cometem erros, mas não se eximem da culpa ou  os redireciona  a  “entes”  imaginários, árbitros ou quaisquer entidades, instituições ou pessoas. Assume o erro e não procura  desviar a atenção do insucesso da equipe para outros âmbitos.  Não precisa  utilizar de “laranjas” para acionar justiça esportiva para tentar  paralisar campeonatos, anular partidas, impedir que árbitros possam apitar jogos de seu time ou, simplesmente, insuflar outras equipes a entrarem na justiça para paralisar campeonatos.

O segundo tipo de presidente, como eu já havia  mencionado no inicio do primeiro paragrafo do texto, surge fortuitamente e vira presidente da “noite pro dia”.  Em grosso modo, é  aquele sujeito que está em casa ou no trabalho e chega um colega e diz: “Tô pensando em botar você numa chapa… e você será nosso presidente; que achas?”….o sujeito pensa…olha, e diz: “Eu aceito, tô fazendo nada mesmo!” … e, em seguida, passa gerir o Clube de Futebol sem ter muita noção de gestão.

Este tipo de presidente torna-se  uma “persona” midiática: Gosta de dar entrevistas às mídias, inclusive de veículos externos: Sejam elas, Impressas,  televisivas, radiofônicas e, principalmente, digitais, pois eles não desgrudam das redes sociais. Além disso,  disso passam a andar com roupas semelhantes aos dos “grandes estadistas”.  Se envaidece com os elogios  dos amigos que ficam “gravitando” em sua “órbita” , que normalmente falam –  “Você está sendo um Presidente fantástico, está revolucionando o futebol…é assim que se faz…. e blá, blá blá!” .

O perfil de gestão desse segundo tipo de presidente é pautado na falsa imagem de que ele  está fazendo muito pelo Clube. Que são “democráticos” solucionadores dos problemas que as gestores   anteriores não fizeram. Com relação à contratação de jogadores,  são pseudos  entendedores   de futebol, principalmente, no tocante a  escolha de jogadores a serem contratados.  Contratam,  as vezes, sem anuência do departamento de futebol.  Afirmam, sempre, que …”na nossa gestão vai ter um time forte, seremos campeões…contrataremos fulano, beltrano e sicrano…blá blá blá…  . Além disso, dialogam com agentes, porta vozes e equipes de marketing para pensar o futuro do Clube. Mas, sem contudo, se desprender das suas ideias mirabolantes, geniais que irão solucionar a gestão de futebol.

A constatação sobre os modelos de presidente é  tocante! …., parece que ser  presidente  de clube de futebol é muito mais do que ser  “preso as velhas tradições” ou  gestores inovadores. É ter uma postura mais profissional, menos amadora e conhecedora da razão do Clube, que é tornar-se um clube empresa de fato que tenha, dentre vários aspectos, uma gestão estratégica  que faça o clube crescer tanto, no departamento de futebol, infra estrutura, e no lado social.

Ops!  tão me chamando aqui…. – Oi Arnaldo, tudo bem! tô pensando em lançar seu nome como presidente ….hum! …  – e eu tenho esse perfil?. –  pois é , caro Arnaldo, agente constrói o seu  perfil!… .  moço,  posso pensar?….. Oxe! Pensando bem,  é melhor eu ficar sem fazer nada mesmo!

Arnaldo Oliveira Souza Junior, amigo do blog.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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