Querem aprovar eleições diretas no Vitória no tapa

Prezada Torcida Rubro-Negra

Meu nome é Rui Licinio de Castro Paixão Filho, e sou membro do Conselho e da Comissão de Ética do Vitória. Em sua coluna semanal no Correio da Bahia, o colunista Victor Uchôa vem reduzindo a questão da reforma do estatuto do clube a um filme de Star Wars, nos colocando como o Império do Mal e atribuindo à Comissão de Reforma do Estatuto o papel de Aliança Rebelde, na eterna luta do bem contra o mal.

Não sejamos maniqueístas! A situação é muito mais complexa do que aparenta, e, ao colocar o assunto dessa forma, o colunista não ajuda o torcedor Rubro-Negro a formar uma opinião precisa sobre o tema. O Conselho do Vitória, em sua imensa maioria, é favorável sim a eleições diretas e deixou isso muito claro na última reunião, estando devidamente registrado em ata.

O torcedor do Vitória tem que tomar muito cuidado quando aparecer alguém alegando que defende a democracia e eleições diretas no clube. Isso é legítimo e benéfico quando quem defende essas ideias realmente acredita nelas de coração mas extremamente prejudicial quando se finge acreditar nessa premissas e as mesmas são usadas para enganar a torcida, visando angariar apoio para fins meramente políticos, em detrimento dos reais anseios do torcedor.

Como foi muito bem exposto em pronunciamento feito por Raimundo Viana, presidente do Conselho Diretor, estão querendo aprovar as eleições diretas no Vitória na base do tapa, indo de encontro ao que dispõe o estatuto do clube. Pode-se até não gostar do atual estatuto, mas ele continua válido e, até que o novo seja aprovado pelo Conselho e homologado pela Assembleia, é ele que rege legalmente o clube.

Na última reunião foi aprovado apenas a eleição direta para presidente e vice do conselho diretor, o tempo mínimo para que o sócio possa se candidatar aos referidos cargos e a composição do Conselho. Resolvidas essas questões, o Conselho pretendia incluir em pauta para discussão pontos de fundamental importância que não podem deixar de fazer parte do novo estatuto, como a necessidade de ficha limpa e referência bancária para ocupação dos cargos de presidente e vice do conselho diretor e deliberativo, bem como a proibição a políticos e sindicalistas de ocuparem os referidos cargos

Entretanto, a despeito das propostas de emendas feitas por vários conselheiros, a maioria incluindo os temas acima mencionados, estas sequer foram consideradas pela Comissão de Reforma do Estatuto. Eu mesmo, por exemplo, apresentei uma proposta para a criação de um Conselho de Ética autônomo e independente e a mesma não foi acatada pela  Comissão. O que aumenta a gravidade disso é que, em uma reunião do Conselho o relator da Comissão de Reforma do Estatuto foi questionado sobre a possibilidade desta responder aos conselheiros no caso do não acatamento de suas propostas de emendas e os devidos motivos para tanto, O relator, diante de todo o Conselho, prometeu que isso seria feito e não cumpriu com o que foi apalavrado.

É desta forma nefasta que a reforma do estatuto do clube vem sendo conduzida pela Comissão. Com base nisso, torcedor, chegamos ao cerne da questão: que tipo de democracia o torcedor quer para o Vitória? Uma fundamentada em bases sólidas e legais, preservando o clube da sanha de aventureiros que não tem nenhum compromisso com nossa história ou uma imposta visando atender a fins meramente políticos, transformando o Vitória em cabide de emprego para apaniguados? Torcedor, estamos vivendo um momento decisivo e histórico no Vitória. Procure avaliar todos os fatos envolvendo essa questão de forma detalhada e não se deixe enganar por aqueles que dizem defender a democracia, mas não acreditam nela.

Coloco meu e-mail à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito dessa importante questão (rui@licinioerodrigues.com.br) e vamos lutar unidos por um Vitória forte.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário