Bahia terá cota de TV elevada de 35 para R$ 53 milhões

O diretor financeiro do Bahia, Marcelo Barros foi alvo de entrevista do jornalista Ulisses Gama do Site Bahia Noticias em publicação veiculada na manha desta quarta-feira. O gestor falou da saúde financeira do clube quando admitiu que para organizar a receita não é coisa para um ano, em contrapartida, festeja que o clube termina o ano com saldo positivo e com as contas em dias. Já no ano de 2016, o Bahia terá uma despesa mensal de 800 mil reais só de pagamentos de débitos das gestões passadas, some-se a isto, outros 200 mil da cota do Profut ( ainda em acerto) e 400 mil para honrar acordos trabalhistas.

 

Segundo Marcelo, o passado tirou a oportunidade de o clube fazer um bom time para a disputa do Campeonato Brasileiro. Em contrapartida, o clube ainda que mantido no Brasileiro da Série B terá uma cota de TV elevada de 35 para 53 milhões no próximo ano. Ainda segundo diretor, o ano de 2016, será melhor que o que praticamente já acabou pelo fim calendário esportivo. E as expectativas são melhores considerando as contratações.

Veja a entrevista

Marcelo, você nunca havia tido uma experiência ligada diretamente a um clube de futebol. Existem muitas diferenças?

 

São semelhantes a uma empresa normal. É ver o dinheiro que entra e que sai. Pude ver que as coisas básicas de uma gestão financeira não foram feitas nas gestões anteriores, como o controle do fluxo de caixa e capacidade de previsão e planejamento. O trabalho foi de melhorar e planejar esse fluxo de caixa.

 

“O orçamento é a razão. O futebol é a emoção. A gente tem que achar um meio termo dos dois”. Você disse essa frase ao assumir o cargo no clube. Crê que conseguiu cumprir neste primeiro ano?

 

Do ponto de vista de orçamento e controle financeiro eu acho que sim, chegamos no fim do nao com as contas em dia, teremos um saldo positivo e acho que teremos um bom ano em 2016. Esperamos ter melhores condições para suprir as questões das contratações de jogadores.

 

Como estava, de fato, a situação financeira do Bahia no início da gestão?

 

Quando a gente entrou no Bahia, não conseguiamos ver o que seria do Bahia. Agora nós temos essa noção. Acredito que o Bahia terá oportunidade de arcar com as dividas. Organizar a receita não é coisa para um ano. Recuperar a dívida que o Bahia tem dura cerca de cinco a dez anos. Creio que, após este período, o Bahia terá condições de investimentos de maior poder. Nosso setor tem que dar este resultado.

 

Como ficará a dívida do Bahia com a União após a adesão ao Profut?

 

Estimo que a dívida, agora que entramos no Profut, deve cair para os 100 milhões de reais. Atualmente, o débito esta próximo dos 130 milhões. Estamos aguardando o acerto para ter uma certeza.

 

Na última quarta-feira (18), o Bahia recebeu Rogério Hammam, representante do Ministério do Esporte. Na ocasião, a reunião tratou principalmente do Profut. Como foi a conversa?

 

Foi uma conversa positiva, porque ele fez questão de colocar que o papel dele não é só fiscalizar, mas também de incentivar o esporte. Ele se colocou a disposição para ajudar o Bahia com projetos e recursos de leis de incentivo. Em breve poderemos ter acesso a estes benefícios.

 

Após a permanência na Série B, imprensa e torcida discutem sobre as novas cotas de TV para o clube no ano que vem. Como será a real situação?

 

O Bahia no ano que vem terá um novo contrato de televisão. Mesmo permanecendo na Série B, teremos um aumento de 50% em relação a esse ano. Foram 35 milhões de reais neste ano. A previsão é de que o clube receba 53 milhões de reais da detentora dos direitos televisivos.

 

No lado financeiro, qual é o maior problema do Esporte Clube Bahia?

 

O grande problema do Bahia não é mais a questão do controle de fluxo. É a questão de lidar com a dívida do passado. Se somar todas as dívidas trabalhistas e com fornecedores, vira um peso muito grande. Em 2016 teremos que pagar de 800 mil a 1 milhão de reais por mês em dívidas referentes a gestões passadas. A parcela mensal do Profut deve ser de 200 mil reais, além de mais 200 mil para fornecedores que cobram na justiça. Nos acordos trabalhistas, 400 mil reais. Poderíamos ter uns quatro ou cinco atletas de nível sem esse pagamento a fazer. O passado tira essa oportunidade da gente fazer um bom time.

 

Como você vê a associação da marca do Bahia com outras marcas?

 

O Bahia já tem uma capacidade de geração de recursos muito grandes. Acredito que a associação de marcas deve ter um cunho social, como tivemos com as Obras Sociais Irmã Dulce. Teremos melhores resultados desta maneira.

 

Quais são os seus principais planos para o clube em 2016?

 

O principal plano é continuar mantendo a saúde financeira do clube. É manter o equilíbrio. Queremos tornar a gestão cada vez mais profissional.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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