Ávine critica condução de Charles como técnico do Bahia

Em entrevista ao jornalista Bruno Queiroz do Jornal Correio da Bahia na edição desta quinta-feira, o lateral Ávine do Esporte Clube Bahia, confirmou que o já é quase uma sentença por parte significativa da torcida do Bahia: o erro da condução do auxiliar Charles Fabian para a condição de técnico do Bahia. O lateral não poupou critica ao afirmar que Charles não tinha pulso nenhum, não tinha força no meio da galera que não o respeitava muito ou ouvia o que ele dizia. O jogador tem contrato com o Bahia até Fevereiro com o clube e ainda incerta a sua permanência no clube.

Veja a entrevista


No dia 1º de fevereiro de 2006, Ávine fazia sua estreia como profissional no Bahia, curiosamente sendo lançado por Charles, aos 17 anos. O contrato do xodó tricolor com o clube se encerra exatamente em fevereiro de 2016. Quase dez anos depois, além do futuro no clube estar com os dias contados, a gratidão pelo primeiro treinador da carreira se tornou decepção após Charles ter promovido o lateral Juninho, da base, e colocado para jogar na reta final da Série B afirmando que não tinha outra opção.

Como foi 2015 pra você?

Pra ser rápido, o ano de 2015 foi excelente pelo fato de eu ter voltado a jogar. Meu objetivo foi alcançado mesmo com dúvidas e críticas de muitas pessoas, passei por cima de tudo isso e consegui voltar a jogar. Tristeza só pelo Bahia não ter conseguido o acesso.

O que faltou nesse grupo comparando com o que conseguiu o acesso em 2010?

Em relação aos jogadores, sempre tinha muita conversa no vestiário de que precisava dar algo a mais, fazer mais pelo Bahia em campo, mas isso não acontecia. Diferente do grupo de 2010, quando tinha conversa desse tipo a gente conseguia fazer em campo. Esse grupo de hoje falava, mas não conseguia executar. O segundo ponto foi essa permanência de Charles. Na minha opinião, como também de muitos jogadores, não concordamos com a decisão da diretoria de manter Charles na saída do Sérgio (Soares). Ele não tinha pulso nenhum, não tinha força. Meio que a galera não respeitava muito, não ouvia ele.

Curioso que foi Charles que te lançou em 2006. Dez anos depois, o que mudou na relação?

Muitas pessoas perguntam isso por ele ter sido meu treinador na base, me lançou no profissional. Taí uma resposta que eu não soube responder, eu gostaria de saber. Pelo que saiba não tenho nada contra ele, não fiz nada que o deixasse chateado, não houve briga. Os laterais estavam todos machucados e muitos achavam que era minha oportunidade e acabou subindo um menino da base (Juninho), botou ele num fogo cruzado quando poderia ter me colocado.

Após a derrota para o Santa Cruz, Charles justificou a entrada de Juninho dizendo que não tinha outro lateral-esquerdo. Você ficou sentido?

Ali eu fiquei puto. Se o cara quer respeito, ele tem que respeitar primeiro. Eu estava treinando normalmente, fazendo meu trabalho como fazia sempre e simplesmente ele puxou o menino pra jogar e não me deu nenhuma satisfação. A forma que ele falou que não tinha outra opção (para a lateral esquerda), fiquei mais puto ainda, sendo que eu estava treinando normalmente.

Seu contrato acaba em fevereiro. Foi procurado para renovar?

Ninguém me procurou nem falou nada. Acho que se tivessem interesse teriam procurado. Até agora não rolou nada.


Chegou alguma proposta? Qual seu plano de carreira?

Tenho que terminar o contrato da melhor maneira possível, honrando a camisa e fazendo o melhor. Depois disso a gente pensa no que vai ser. Se eles se manifestarem tanto pra renovar quanto pra não renovar a gente pensa no melhor.

Seu desejo é renovar?

Sim. Depende deles. Eu já disse antes e gostaria de permanecer, até pra ter sequência, mostrar que ainda tenho muito a oferecer, dar alegria ao torcedor. O que eu sentia antes, que era dor, não sinto mais. Foi tranquilo nos jogos que fiz, não senti nada e agora quero dar continuidade.

Se o Vitória fizesse uma proposta, você aceitaria?

Não sei. Pergunta difícil essa, aí você me f… (risos). Tem que botar algumas coisas na balança. Todo mundo sabe que eu sou torcedor do Bahia, que eu me criei aqui dentro e o carinho que tenho pelo clube e torcida. Mas é aquela coisa, quando envolve família tem que pensar direitinho. A família depende da gente.


Já passou pela sua cabeça como seria jogar ou comemorar um gol contra o Bahia?

Já. Ia ser difícil comemorar, até pelo tempo que passei, por saber como as coisas funcionam e como a torcida é. Mas acho que me receberiam bem por tudo que já fiz, sempre honrei a camisa, respeitei a torcida e dei o meu melhor.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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