Bahia, Vitória, o abismo, o agouro e o futuro

Meus amigos, mais uma resenha no nosso insólito transcurso na série B. Acordamos todas as manhãs e vislumbramos o mesmo caminho tortuoso de uma divisão inferior que não condiz com nossa história e nem com a dimensão do nosso Estado. Mas, essa é a ” herança maldita” que temos que carregar até endireitarmos nossos caminhos e nossa atitude perante os problemas e os desafios que temos. Cabe a nós suportar o peso, sorrir e acreditar que dias melhores virão.

Depois do Tsunami gerado por um texto político publicado no blog, ( O Bahia e o PT) imagino que os ânimos estão serenados e podemos voltar ao debate futebolístico. De qualquer forma, tanto no futebol quanto na política é importante encontrar um equilíbrio entre paixão e razão de forma que possamos tirar proveito das discussões e inteligir melhor sobre a realidade. No final, quando a situação está ruim, padecemos todos. Quer seja por causa do futebol, quer seja por causa da política.

O ABISMO

Depois de passada a 1a metade da série B, vislumbramos que o horizonte pela frente será tão difícil quanto o que se apresentou até então e a esperança começa a ficar comprometida. Imagino que tanto os torcedores do Bahia, quanto os do Vitória estão com inúmeras interrogações e incertezas na cabeça. Tanto com relação ao time titular que vai atuar no próximo jogo, quanto qual seria a melhor formação ou até mesmo quanto à qual será o desempenho dos times na próxima rodada. Relembro que o Vitória vem de um péssimo início de 2o turno e o Bahia não ganha de forma convincente há muito tempo.

Neste momento, vivemos uma experiência insólita. É com se estivéssemos em um filme daqueles de Cinema 180 gaus numa cena onde seguimos diretamente para um abismo (ficar na série B, no nosso caso). É uma verdadeira batalha entre o medo de cair (ficar na B) e a esperança de se salvar no último minuto (subir para A). Por mais que nossa paixão possa querer encontrar qualidades em nossas equipes ou ajuda através de veementes defesas sobre o passado, o fato é que desperdiçamos o que vai de ano para chegarmos com este nível de incerteza sobre o desempenho de nossos times. O remédio para isso ? Torcer e rezar.

O Agouro

É interessante observar que em momentos difíceis, críticos e complexos da vida a atitude de alguns caminha no sentido de imaginar que o pior vai acontecer com certeza. Qualquer coincidência que aconteça, em tantos fatos que circundam nosso cotidiano, se transforma em presságio e indicação que a Lei de Murphy vai ser aplicada pelo destino mais uma vez. Existem alguns que se apegam tanto a esta certeza que começam a querer que o time perca mesmo, alegam que este é o castigo necessário para que as coisas se corrijam ou que saiam da mesmice.

Atendo-se à fria realidade, sabemos que estas, como muitas outras, ideias fatalistas não se materializam sempre e são mais um ocaso do próprio destino. Diz-se que este é um escudo que cada um constrói para evitar um sofrimento é uma decepção maior. Ora, tentando analisar a realidade sob este prima, devemos pensar que tipo de torcedores queremos ser até o final. Apoiar ou não apoiar, eis a questão ? Pergunta esta que somente cada um de nós pode responder.

O Futuro

Imagino que todo mundo sabe que o futuro a Deus pertence. Ou como diria o famoso economista Keynes, no longo prazo todos estaremos mortos. No entanto, eu me refiro a um futuro mais próximo, mais especificamente ao final do ano e do calendário futebolístico. Dado ao nivelamento existente entre as equipes, qualquer ajuda ou fator, mínimo que seja, pode fazer a balança pender para um lado ou outro (contratações, mudança de treinador, apoio da torcida, etc). Neste caso, louva-se a iniciativa do Bahia de tentar contratar alguns jogadores (Acorda Vitória !!!), mesmo neste estágio avançado do campeonato. Aliás, sou radicalmente contra, a priori, contratações (qualificar o time ? brincadeira !) nesta altura do campeonato. Mas, em função do nosso nível de desespero e do deficiente planejamento da temporada, parece não caber mais remédio que contratar e tentar este lance de sorte. O fato é que se ambas as equipes não mudarem alguma coisa, estaremos definitivamente deixando o acesso ao sabor da sorte. A briga pelo G4 tende a se acirrar (com certeza vai !) e contar com um maior número de postulantes. Situação que traz uma consequência inevitável: Qualquer vacilo pode significar um desastre e a materialização da queda no abismo relatada acima. Ou seja, como a dupla BaVi se esforçou tenazmente numa dieta rigorosa de queima de gordura, não temos mais margem pra erro e o acesso pode ser decidido em um mísero critério de desempate.

Bom, vida que segue. Vamos (tentar) continuar acreditando, haja vista não termos muitas outras opções no momento. Com diria o filosofo, “fome que mata é a de barriga pura”. Mesmo sem fartura, mesmo com o banquete insosso servido pela dupla BaVi nesta série B, vamos continuar crendo no acesso.


Filba – Torcedor do Vitória e parceiro do BLOG

Você pode ler outros texto do Filba aqui

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário