E.C Vitória – Em busca de uma glória nacional

Amigo torcedor, mais uma vez a bola rola. Porém, neste episódio é uma senhora bola dividida. Um verdadeiro “complô tricolô” contra minha pessoa. Trama arquitetada e bolada por nada menos que o comandante-mor da casa de máquinas deste nosso blog (Dalmo) e o “agitador” (no melhor dos sentidos) Lite. A epopéia que me foi proposta (imposta ?) foi a seguinte: Falar sobre a ausência de títulos nacionais do Vitória. Sacanagem….

Sem pestanejar ou divagar, vamos ao desafio. Rodeando-lhe pelas beiradas para evitar indigestão, congestão, contusão, etc. De antemão, aviso aos navegantes interessados em rebuscados dados históricos que os aconselho a procurar no Wikipédia, pois esta pequena missiva fará apenas breves pinceladas históricas e se aterá, mais profundamente, a uma visão mais simplista e racional desta história. 


BREVE HISTÓRICO 

O Esporte Clube Vitória, glorioso Leão da Barra, foi fundado em 13 de maio de 1899 (116 anos). No entanto, esta data marca a fundação de um time de cricket (??). Desta forma, o leão só disputa sua 1ª partida de futebol em 1902. 

Destaca-se que o Vitória concentrou, inicialmente, sua vocação desportiva em esportes olímpicos. Sendo somente na década de 1950 (onde seu arquirrival já havia conquistado um título nacional) que o Leão passou a dedicar mais atenção ao futebol. 

Não há como negar que em cômputo geral de títulos estaduais encontra-se muito longe do seu maior rival. Possuindo 27 títulos contra 46 do Bahia. Destaca-se, no entanto, as décadas de 1990 e 2000, ocasião em que existe clara predominância do rubro-negro que amealhou a esmagadora maioria dos títulos em jogo. Quando se vislumbra a Copa do Nordeste, o Vitória mantem a liderança em títulos na região. Porém, no quesito de títulos nacionais o Bahia segue na frente com seus dois títulos. 

O TÍTULO NACIONAL NÃO VEIO ! 

O campeonato Nacional de 1993 e a copa do Brasil de 2010 não vieram. Apesar de brilhantes campanhas, o futebol fez justiça nas duas decisões às equipes mais ricas e mais recheadas de jogadores de qualidade. Contra o Palmeiras, o Vitória enfrentou a seleção da Parmalat. Conta-se, inclusive, que o salário de Edmundo pagava toda a folha salarial do Leão. Contra o Santos teve que enfrentar, nada mais, nada menos que Neymar e companhia. Óbvio que a perda dos títulos deixou profunda frustração no seio rubro-negro. Mas, deixou uma grande lição qual seria a necessidade de aprofundar a transformação, modernização e estruturação do clube para continuar pelejando por uma glória nacional. 

Hoje, devido ao aumento da distancia financeira, estrutural e técnica frente aos times do sul, a conquista de um campeonato brasileiro, por qualquer equipe nordestina, passa a ser situação muito improvável. De forma que, a chance que se vislumbra mais palpável de um título nacional reside na Copa do Brasil. Na minha modesta opinião, essa deveria ser a obsessão dos mandatários. Planejamento e foco nesta competição para lograr o tão sonhado título. 

VIDA COM E SEM TÍTULO NACIONAL 

Evidente que para o torcedor vale o título que repousa na sala de troféus do clube, independentemente de há quanto tempo foi conquistado. Porém, a vida segue e as competições sempre estarão diante dos clubes, que necessitarão provar uma vez mais em que patamar se situam dentro da hierarquia do futebol nacional. 

O título conquistado pelo Bahia em 1988, ao contrário do que era esperado, não alavancou o clube para voos mais altos ou para a manutenção de similar nível de qualidade. Na realidade, ele antecipou um dos períodos mais negros da história do tricolor, incluindo a trajetória de 7 anos fora da principal divisão do futebol nacional. 

A lição que é possível apreender é que o futebol, como a vida mesma, não para. Nessas alturas eu me lembro do grande Campeão Brasileiro de 1978, o Guarani de Campinas, que está em processo quase irreversível de fechamento. Tendo, inclusive, seu estádio sido salvo nas últimas semanas. Moral da história e como diria a música: El tempo passa, nos vamos poniendo viejos! 

O QUE FAZ UM CLUBE SER GRANDE? 

Outra questão que merece detida atenção é diagnosticar em que situação cada clube (o seu clube torcedor !) se encontra hoje em comparação aos demais rivais nacionais/Regionais. O que faz um clube ser grande? Número de TÍTULOS, NÚMERO DE TORCEDORES, ESTÁDIO PRÓPRIO, ETC? Não existe uma formula perfeita com parâmetros pré-definidos para definir isto. Desta forma, cada um, ao seu bel prazer, utiliza o argumento que mais lhe apraz. 

Na verdade, cada clube será sempre grande no argumento e na paixão do seu torcedor. Porém, como dito em outros textos, este sentimento/entendimento não muda a realidade. É importante observar a fronteira tênue, mas importante, que existe entre a grandeza do clube e a grandeza de sua história. Igual ao Guarani, o fato do clube ter uma grande história não significa que permanece grande nos dias atuais.  

Hoje a realidade que vivenciamos é que perdemos a hegemonia regional e somos times que disputam a serie B. O torcedor tricolor dirá: Mas eu tenho títulos nacionais. Enquanto o torcedor do Vitória retrucará, mas eu tenho estádio. No final, continuamos participando de campeonatos, sem disputa-los. Continuaremos fervorosamente esperando pelo grande salto. 

Sds, Rubro-Negras e firme no G4.


Filba – Torcedor do Vitória e amigo BLOG 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário