Copa do Brasil: Bahia 2 x 0 Paysandu – Tricolor fora

Bahia x Paysandu foi uma partida atípica. Quando estacionamos no CAB, e saímos descendo a ladeira pra atravessar a Passarela dos 4 Anos, os comentários eram um só: vocês viram, Muhammad Ávine será titular.

 

Ninguém estava pensando na difícil missão de fazer no mínimo três gols. A expectativa girava em torno do elenco e não da competição.

 

A diretoria do Bahia soube promover bem o jogo. Anunciando a volta de dois titulares (Maxi e Kieza), a estreia de Alexandro e a reestreia do lateral esquerdo, a missão de golear para seguir na Copa do Brasil, acabou sendo minimizada.

 

Já em PituAço conversei com meu amigo do cafezinho, que se queixou do tratamento que recebeu na Arena Fonte Nova, mas também comentou sobre a expectativa de público, por causa de Ávine. Confesso que cheguei a achar que era só uma jogada de marketing, promover a volta dele, mas que o lateral ficaria no banco e entraria nos 15 minutos finais. Mas não. Apareceu o nome dele no placar de PituAço e a Torcida aplaudiu como se fosse um gol. Na hora da saída de bola, o nome dele foi gritado por todo estádio, puxado pela Bamor. Era uma festa e num momento bem oportuno.

 

O Bahia vinha de dois resultados ruins, o nosso capitão está indo embora e o time precisava de alguém com a cara da Torcida para seguir nas competições. Sem Titi, Ávine encaixava perfeitamente nessa descrição. A Nação adora esse cara.

 

Pra melhorar a festa, ele reestreia, após 3 anos, e já começa a mil. Driblando, indo na linha de fundo, tabelando. Até que uma falta na entrada da área surgiu. O camisa 6 pegou, ajeitou com carinho e cobrou com perfeição. A bola, essa teimosa, inventou de acertar o travessão e estragar, um pouco, a festa do Bahia. Já os adversários se limitavam a marcar, marcar, bater, marcar e nem chegavam na área de Douglas Pires.

 

Muhammad seguia aprontando e deu um lindo banho de cuia no adversário. Cruzamento dele, de novo, e Kieza cabeceou pra fora, com perigo. E foi só. O Bahia precisando vencer por 3, só levou perigo em 2 lances, na 1ª etapa. Pouquíssimo.

 

Segundo tempo e todos esperavam mudanças. A saída de alguém do meio para a entrada de Souza estava muito clara na cabeça de todos. Menos na careca de Sérgio Soares. O time voltou o mesmo e a mesmice prosseguiu. Bahia dominava, tinha posse de bola, mas era inócua. Nada mudou. Tony seguia errando tudo e ninguém era substituído. Até que no meio da segunda etapa, a lógica foi aplicada. Souza no lugar de Yuri (jogou bem mas foi pouco acionado pela frouxidão paraense) e João Paulo no lugar de Tony. Quando João Paulo entrou falei pra meu pai: “esse cara joga bola”. E meu amigo Sandro Fonseca Rocha falou o contrário: “tem cara de ser amalucado”. No primeiro lance ele dele driblou 4 e arriscou um bom chute pro gol. No rebote, quase gol do Bahia.

 

Pouco depois a bola sobrou na cabeça dele, que cabeceou pro meio da área e o zagueiro deles cometeu pênalti. Enfim, um pênalti marcado pro Bahia. Alexandro, com atitude, pegou para cobrar. Mas a Torcida pediu Souza. Inteligentemente, o estreante ouviu seus companheiros e deixou a cobrança pro batedor oficial. 1×0. Faltavam 2.

 

O time continuou pressionando, Pittoni alçando bolas longas na cabeça dos atacantes na área, até que a bola sobrou na meia lua pra Kieza, sozinho, ampliar pra 2×0.

 

O Bahia insistia, tentava, mas a bola não mais entrou. Fim de Papo, Bahia eliminado mas… festa nas arquibancadas. Aplausos para os jogadores que venceram a partida, e, graças ao Ceará, vamos ficar com a vaga deles na Sulamericana (vaga que ficaria para o Vice se o Bahia passasse de fase). Aplausos para Ávine, que chorou após o jogo.

 

Bora Baêa Minha Porra! Voltamos a ter um lateral titular. Com é bom comemorar a volta desse cara. Critiquei tanto ele no passado, continuo achando que ele só foi importante em 2010, mas confesso que sempre torci por ele. Vendo ele voltando e jogando bem, bem melhor que antes, fico feliz em saber que podermos contar com ele novamente.

 

O triunfo de hoje serviu para várias coisas. A reestreia de Muhammad Ávine, a volta de Kieza e Maxi, a boa de estreia de Alexandro segurando os zagueiros adversários e lutando todo o tempo, a constatação que Tony tá de má vontade, mas, principalmente, os dois gols de ontem elevam o moral dos jogadores para o jogo contra o único Campeão Brasileiro, que estará na série b, jogando contra o Tricolor.

 

E é claro, pra deixar o rival cada vez menos sem competições para participar 🙂

Eliminado de uma competição sem nem ter disputado. #VidaDeVice

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário