Vitória vai dar o primeiro passo rumo à democracia

Assunto de branco, preto não pode ou deve meter a colher, até por que, o Bahia e sua torcida já trataram do assunto magnificamente.  Isto é certo, mas pelo menos pode e deve  registrar os primeiros passos do Esporte Clube Vitória para reformar o estatuto que promete possibilitar a democratização do clube publicada hoje à noite, (24) pelo Site de Metrópole. Não traz novidades, é verdade, mas contém algo  importante:  entusiasmo na tinta da caneta daquele quem escreveu o texto

Os torcedores do Vitória estão na mão de  cinco “inseparáveis”. Recorremos ao romance francês “Os Três Mosqueteiros” para explicar a verdadeira situação do rubro-negro baiano. A história conta as aventuras dos três mosqueteiros a serviço do rei da França, Luís XIII, e da rainha Ana de Áustria. No caso do Império Leão da Barra, o rei atende pelo nome de Carlos Falcão e a história ostenta cinco mosqueteiros.

Falcão é o presidente do clube, já os cinco (Nilton Sampaio Filho, Silvoney Sales, Raimundo Dias Viana, Ivan de Almeida e José Rocha) são conselheiros. Eles foram convocados a compor uma comissão para apresentar, no prazo de seis meses, sugestões para reforma do estatuto do clube — um sonho do povo do Império, a torcida do Vitória –, que quer democratizar o clube.

Mas alguns fatos preocupam o andar da carruagem. O grupo é inseparável, e, apesar da necessidade de deixar de lado o “amor” ao rei Falcão e serem imparciais para decidir o melhor para o reino, os históricos de cada um pesam contra.

O presidente do Conselho Deliberativo do Vitória, José Rocha, foi o responsável pela convocação dos amigos de sempre para discutir a mudança estatutária. Confira abaixo os laços de cumplicidade entre a comissão e o presidente.

Nilton Sampaio Filho: dirigente na época em que Rocha foi presidente do Vitória (1983 a 1986). Nilton era o braço direito do atual presidente do Conselho Deliberativo. Enquanto Rocha exercia suas atividades como parlamentar — na época era deputado estadual –, Nilton administrava o clube. Nilton é tio do atual presidente do clube, Carlos Falcão. Foi também presidente do Conselho Fiscal na época de Paulo Carneiro (1991 a 2000).

Silvoney Sales: presidente da Comissão, o político é vice-presidente do Conselho Deliberativo. Militou ao lado de Rocha para concorrer à reeleição, em 2013, pela chapa “13 de Maio”. É incontável a quantidade de anos que os amigos Silvoney e Rocha têm cargo no clube.

Raimundo Dias Viana: ex-diretor Jurídico do Vitória na gestão de Alexi Portela, Raimundo Viana é presidente em exercício do Conselho Fiscal. Raimundo também é advogado do clube e foi um dos criadores do atual estatuto. Sempre no apoio!

Ivan de Almeida: o conselheiro e presidente da Federação Bahiana de Engenharia (FBE), Ivan de Almeida, foi pré-candidato a presidente em 2010 e 2013, mas desistiu em cima da hora para apoiar Alexi Portela e Carlos Falcão. Em ambos os anos, o professor justificou que desistiu de tentar a presidência por ter conversado com o respectivo apoiado antes das eleições.

Um dos maiores sonhos da torcida rubro-negra é a mudança no estatuto para a garantia das eleições diretas. E esse sonho está na mão desses cinco homens, todos da “situação”.

É desse jeito que o Vitória vai dar o primeiro passo rumo à democracia.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário