Esse Bahia não é democrático, Sr. Valton!

Foto: Kiko Freitas / Varela Notícias

Estamos sem vencer faz 9 jogos. Num passado não tão recente, o Bahia antes que alcançasse 4 jogos consecutivos sem ganhar sofria com sua torcida juntos pela perda de um técnico amoroso e querido como Titio Fantoni. Mas, este Bahia que demitia técnicos bons temia algo pior: a desmoralização da nação tricolor que estima pertencer a um time de vencedores. Esse temor fazia com que jogadores e técnicos que aqui chegavam temessem a reação da torcida a uma sequencia de maus resultados. Não sei como esse bom passado foi esquecido pelos atuais dirigentes, talvez um pouco mais velhos que eu, sobre o temor que a torcida do Bahia impunha a qualquer jogador e técnico sem espírito de Bahia, espírito de vencedor.

Um outro dado curioso é que o tricolor jamais deixou de ouvir sua torcida nos estádios. Futebol é democracia de estádio também quando imitando as ágoras gregas fazíamos um técnico ruir e os jogadores tremerem. Nós fazíamos mesmo a diferença com técnico sem resultado! Eles, os técnicos, agradavam a torcida pesquisando qual a escalação favorita, ouviam os gritos da turma e sacava os pernas de pau do campo. Esse respeito pela torcida era um fundador da cultura do futebol brasileiro que em seu excesso de “democracismo” fazia com que o técnico de futebol agisse como um palhaço em campo. Conhecemos palhaços de prancheta e outros estilos também folclóricos.

Numa reação a esse excesso da cultura de técnicos que entram e saem do clube importaram um conceito importante de outra cultura sem sensibilidade à nossa própria cultura, que não priorizava a estabilidade para um técnico de futebol desenvolver suas ideias. Os técnicos não conseguiam permanecer no cargo por causa da pressão da torcida ou a força dos resultados, chegaram a essa conclusão apressadamente. O problema é outro! Nossos técnicos é que são ruins! Não estão a altura da nosso futebol e por isso estamos importando técnicos com conceitos e formas de treinamento novos. Essa é a realidade do futebol brasileiro.

É certo que muitas vezes funciona mudar de técnico e experimentar uma alternativa a uma campanha desastrada cujo destino era o fracasso como também nossa cultura não estava errada posto fundamentada na falta de competência de nossos técnicos de futebol. Claro que o princípio sobre o qual se sustentam técnicos por longas temporadas no futebol internacional responde a um princípio que o técnico profissional detém por causa de sua competência comprovada. No Brasil não temos isso, não podemos deixar que responsabilidade tão grande com um técnico tão jovem. Essa distância entre esse idealismo e a realidade mata nosso tricolor!

Hoje, a sensação que tenho é que a democracia no Bahia foi uma democracia comprometida com a elitização do futebol brasileiro. Transformando a democracia das arquibancadas em sócios muito parecem agir contra a história do Bahia da democracia da arquibancada que dizia em alto e bom som o que esperava de um técnico. Não adianta fingir essa elitização das arquibancadas, é uma realidade. Precisamos é procurar um meio termo entre essa ditadura do departamento de futebol do Bahia e a cultura das arquibancadas que foi expulsa do Bahia por falta de respeito a cultura do futebol baiano e do Bahia.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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