Jogador denuncia descaso do Esporte Clube Bahia

Colocado no time de encostados do elenco do Bahia, o atacante Rafael Gladiador resolveu disparar contra a diretoria do clube. Segundo o garoto, revelado na base tricolor, existe diferença no tratamento entre os jogadores do elenco principal e os afastados. “Eles dizem que todos os salários no clube estão em dia, mas os jogadores que estão treinando separado não recebem há mais de dois meses”, denuncia Rafael. “Quando eu estava no grupo principal, recebia normal, mas depois que vim para o grupo que treina separado não recebi mais nada”, completa.

Rafael se apresentou ao Esquadrão no início da temporada, após empréstimo ao D.C. United (EUA) e ao Atlético-GO em 2013. O atacante de 21 anos recebeu a promessa de que seria aproveitado. “Disseram que o próprio Marquinhos tinha pedido para eu ficar”, conta ele. Sua única partida foi a estreia do Bahia na Copa do Nordeste, quando o Tricolor foi goleado por 4 a 1 pelo CSA em Maceió. Com uma atuação ruim, acabou substituído no intervalo. Depois, não jogou mais. ( continua)

Assim, parou de receber orientações da comissão técnica e foi colocado de lado no Fazendão. Desde março trabalha em turno oposto ao do time principal, junto com os laterais Neto e Angulo. Nesta semana, a turma de encostados cresceu com a chegada de atletas como Madson, Anderson Melo, Jussandro e Ítalo Melo.

De acordo com o atacante, os jogadores costumam se queixar entre si da situação e até tentaram dialogar com a diretoria, sem sucesso. Eles falaram que não têm dinheiro pra pagar. Já estamos chegando ao terceiro mês sem salários”, lamenta.

A situação, que segundo Rafael atinge principalmente os garotos revelados na base – e que recebem os salários mais baixos -, tem colocado alguns jogadores em dificuldade financeira. “Tem muita gente que está passando dificuldade. Alguns já têm filho pra criar… São essas coisas que a gente não aceita. Eu não estou passando por dificuldades, mas tem gente que está”, dispara ele, sem revelar os nomes dos atletas supostamente prejudicados.

O mau tratamento não se resumiria aos salários atrasados. O centroavante afirma que o Bahia não estaria dando condições de trabalho. “A gente não está treinando como deveria. Por exemplo, nesta última semana viemos de um feriado de sexta até segunda e só treinamos na terça. Aí, na quarta, já não teve treino de novo”, reclama.

O antigo xodó da torcida também denuncia que os treinamentos, quando acontecem, não são adequados à necessidade deles. “A gente só faz academia. Uma vez ou outra levam a gente para o campo”.

Segundo o Bahia, a prioridade é achar um time para que os atletas encostados possam jogar. Mas, segundo Rafael, o clube não tem ajudado nesse sentido. “Eles não estão procurando. Eu tenho que procurar pelos meus empresários. Eles é que estão tentando algo pra mim, mas tá difícil”, dispara.

Pouca conversa

Uma das principais reclamações de Rafael é quanto a um suposto descaso do técnico Marquinhos Santos. “Não teve mais conversa (após seu único jogo em 2014). Eu me senti rejeitado e logo depois comecei a treinar separado”, conta o atacante.

Ele conta que, por ser um garoto, esperava mais orientações dos treinadores. “Eu sei que não joguei bem. Fico chateado por não ter ido mais para os jogos e por não ter o diálogo de falar assim: ‘Rafael, você não tá indo para os jogos porque você tem que melhorar aqui e aqui’. Acabei caindo no esquecimento”.

Informações de Vitor Villar/ Jornal A Tarde 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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