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| Torcida do Bahia na decisão de 2013 |
O torcedor baiano vem passando por um processo de acomodação e mesmo com a melhoria substancial dos palcos do futebol com a chegada das arenas confortáveis parece preferir assistir aos jogos do clube que ama no aconchego de seus sofás, ou em bares degustando um tira-gosto e uma cervejinha gelada com os amigos.
Dizem que esse efeito é consequência de uma série de fatores como segurança, preço, comodidade, falta de qualidade dos jogadores, etc, mas o fato é que os estádios estão apresentando ocupação abaixo da crítica, e só quando a partida tem caráter decisivo, e o seu clube está em uma boa situação é que vemos uma corrida para a bilheteria na busca de um lugar no estádio.
Claro que sempre vão existir os aficionados que frequentam todos os jogos, e esses são justamente os que vivem a “experiência futebol” em seu máximo, e certamente não se arrependem disso pois vivenciam emoções e somam lembranças que não tem preço. Infelizmente o número desses torcedores participativos é apenas uma pequeníssima fração da torcida do seu clube.
Nesse jogo final do campeonato baiano de 2014 a torcida do Vitória vem mostrando muito bem essa acomodação, afinal com a desvantagem que favorece o adversário permitindo que até perdendo ele possa levantar a taça, o torcedor não se sente “na boa” e a venda dos ingressos vem ocorrendo de maneira tímida, ainda que a expectativa de público beire a 30 mil torcedores (90% do estádio).
Do outro lado vem a torcida do Bahia que com a vantagem conseguida no jogo de ida vem motivada ao extremo e reclama uma maior quantidade de ingresso a ponto dos dirigentes declararem que se houvesse 100 mil bilhetes, todos acabariam. Mas porque não acabou no jogo de ida onde apenas 28 mil tricolores compraram ingresso, deixando mais de 15 mil lugares vagos na Arena (e olha que teve até promoção de compre uma sacola e leve 3 ingressos, e a ocupação do estádio não chegou a 65%)? Porque no jogo da fase classificatória não colocou mais que 20 mil tricolores no estádio?
Pior foi no ano passado em que a vantagem do baiano no último jogo era do Vitória (tudo bem que uma vantagem ainda maior do que a desse ano, mas ainda havia chance), e o impressionante número 32 tricolores foi registrado no borderô da partida final.
E sinceramente dentre os fatores não podemos dizer que o preço é o principal, afinal a Arena que projetou um ticket médio de 39 reais começou as atividades cobrando no seu bilhete mais barato 45 reais, depois baixou para 35, para 30, para 25, chegando a 15 e por fim, nas ultimas partidas do Brasileirão chegou a 10 reais. Fora as promoções de mulher não paga, compre uma camisa e ganhe o ingresso, gincana de ingressos em estacionamento de shopping, entre outras. E o mais curioso, em apenas 1 jogo dos 34 que o Bahia já fez na Arena ele colocou mais de 30 mil tricolores, mas justamente quando estava completamente na boa, no último jogo do campeonato brasileiro, já sem correr risco de rebaixamento, e lógico com ingresso de até 10 reais (nas outras 5 partidas em que o público passou de 30 mil precisou da contribuição do “visitante”).
Fica muito fácil no jogo final com uma vantagem considerável e completamente “na boa” dizer que a torcida é maravilhosa. Pena que não demonstrou isso em seu próprio mando de campo.
ps. Desde que a arena começou a operar, a ocupação média nos jogos do tricolor foi de 31% da capacidade e na metade dos jogos a arena apresentou prejuízo na operação.
Victor Hugo