A decadência do Futebol Baiano versão 2014

O jornal da Metrópole desta sexta-feira (11), em publicação assinada por Alan Guimarães, reporta o que todos nós já sabíamos, no entanto, não custa nada martelar: a decadência do Campeonato Baiano, que ao contrário de anos anteriores, já não consegue atrair interesse e consequentemente público, e encerra uma nova etapa, no próximo Domingo, dando prejuízo a Deus e ao mundo.

Aliás, antes mesmo de começar, era certo que o Bahia e Vitória seria campeão ou vice, o prejuízo estava estimado em orçamento, o campeonato não revelaria um único jogador e, no final, o torneio iria ressurgir das cinzas, com os jogos finais entre o Bahia e Vitória, fomentando a rivalidade doméstica para transformar a reunião de clubes amadores e semi-amadores, em uma grande festa do futebol baiano, justamente como acontece neste final de semana, trazendo aquela sensação esquisita, que o Campeonato Baiano começa, justamente, no dia que termina.

De qualquer sorte, ainda que vocês já sabem, confiram os números produzidos por Alan Guimarães, do Jornal da Metrópole, ou Metro1, como queiram.

As finais do Campeonato Baiano 2014 chegaram, mas a competição segue sem empolgar o torcedor. Com as entradas de Bahia e Vitória, que não participaram da primeira parte do Estadual por disputarem a Copa do Nordeste, o Baianão melhorou o público, mas não lotou os estádios nos jogos que não fossem clássicos. Assim, mesmo com as duas forças da Bahia em campo, o torneio está sendo prejudicial aos clubes do interior e da capital.

Na primeira rodada do Baianão, por exemplo, o confronto entre Catuense e Juazeiro em Alagoinhas teve o maior público: 782 pessoas pagaram para ver o jogo, que teve uma arrecadação de R$ 7.920 e que rendeu ao time de Catu meros R$ 2.220. No entanto, o clube só havia disponibilizado 600 ingressos à venda, o que gerou uma confusão na portaria do estádio, antes da partida.

Para piorar, nenhuma das partidas teve mais de 1.500 pessoas antes da entrada de Bahia e Vitória, no final de fevereiro. O Estádio de Pituaçu, inaugurado com pompa há cinco anos, recebeu os três jogos com os piores públicos do campeonato: Jacuipense 1×1 Juazeirense, que teve 46 testemunhas no dia 26 de fevereiro, e Galícia 3×0 Catuense e Jacuipense 5×0 Serrano, que formaram uma tenebrosa rodada dupla em 26 de janeiro.

Apenas 292 pessoas viram o Galícia enfrentar o Serrano no dia 16 de janeiro. E olha que o clube é tradicional. Pouco público e muita dificuldade pra pagar salários em dia. Como mandante, o Vitória jogou cinco partidas no Campeonato Baiano. Ao todo, o público total pagante foi de 38.028 torcedores, o que dá uma média de 7.605 por partida, descontando a renda antecipada do SMV (Sou Mais Vitória) e ingressos corporativos.

Já o Bahia, que também realizou cinco partidas como mandante — excluído o primeiro jogo da final —, teve um público total pagante de 46.175 torcedores, com uma média de 9.235 por partida, sem contabilizar os sócios do programa Torcedor Oficial do Bahia (TOB) e ingressos corporativos.

Contudo, os públicos pequenos fazem com que os times acumulem prejuízo atrás de prejuízo. Por conta do natural desgaste dos tecnicamente fracos campeonatos estaduais frente ao público, as despesas superam a arrecadação e o déficit financeiro aumenta.

Fotos: Jéssica Santana / Divulgação

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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