Os 100 conselheiros do Bahia contra a cultura do “jabá”

A luta dos 100 contra a iniquidade não terminou com “a lista do jabá”. Quero evidenciar essa minha afirmação ao dizer que não foi a direção do Bahia sozinha que divulgou a lista, mas o seu conselho e membros ativos deste que destacaram a importância moral e os métodos da antiga direção que quase não viriam à tona caso seu conselho não pressionasse. O Bahia assim fez história tal qual a conquista de um título, só que dessa vez um título moral que pode ter repercussão do mundo político ao econômico.

A lista assim apareceu como eu suspeitava e consta quase toda a imprensa radiofônica e quase todos os seus canais. Essa promiscuidade, porém, sempre foi tolerada por uma cultura política e econômica de subserviência e interesses políticos que passavam sempre ao largo dos interesses do clube, o Bahia, e que só garantia prestígio, elogios e proteção a dirigentes irresponsáveis que fizeram do Bahia um clube quase falido e quase sem condições de se reerguer economicamente. Um clube sugado, espoliado e cheio de irregularidade era o o jabá apenas uma parte dos gigantes interesses maiores de líderes políticos e setores empresariais. 

O tradicional “jabá”, contudo, não apareceu, como eu suspeitava, na forma de nomes listados com cidadãos que recebiam dinheiro para “falar bem” do Bahia. A lista e as provas do “jabá” apareceram num “pacote de bondades” com gastos que fogem da finalidade de um clube de futebol profissional. Esse “pacote de bondades”, porém, eram tradição na Bahia e uma forma das mesmas oligarquias econômicas e políticos conseguirem manter seu “status quo” apesar da derrocada do E.C.Bahia enquanto instituição. O Bahia estava falido, salários de jogadores e funcionários atrasados, jogadores que debandavam por falta de pagamento de direitos trabalhistas e uma dívida que batia na porta do Fazendão com mandados de penhora.

Obviamente que pagar almoços, hospedagens em hotéis, passagens de avião e despender quantias para emissoras de rádio são culturalmente um “pequeno” desvio e parte das relações dos clube baianos com esses cidadãos e empresas, porém isso não pode ser tolerado mais como normal e aceitarmos como hábitos saudáveis tanto quanto o fisiologismo de políticos e ganhos de licitações dirigidas para empresas financiadoras de campanhas políticas. Esses hábitos estão todos ligados e fazem parte de uma cultura perniciosa que amesquinha os clubes de futebol e o tornam co-autores de figuras menores que fazem do poder do dinheiro o seu modo político de transitar nas esferas de decisões fundamentais para o futuro do clube. 

Chegou agora o momento dos clubes de futebol como o Bahia cobrarem por direito de transmissão dessas empresas antes “agradadas”. O clube de futebol, principalmente o Bahia, não é mais a “boquinha” de políticos espertos que gostavam de falar abertamente com amigos radialistas com toda a desfaçatez fingindo que tudo ia bem quando sabíamos que a podridão do Bahia acabaria com o clube. Os torcedores e sócios expulsaram esses cidadãos e agora querem o que é por direito e o que é de seu clube. Podem apostar que nada será como antes no futebol do Bahia.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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