Corporativismo sujo, o Jabá e o Juca


Juca Kfouri publicou sua opinião sobre a vergonha do #BahiaGate no site do Jornal A Tarde, essa manhã. Ontem, acompanhei atônito as resenhas de alguns dos jabazeiros. Alguns “ilustres radialistas” ainda fizeram piadinhas com a prática vergonhosa que praticavam. 


A Rádio Metrópole perdeu o meu respeito, e o de muitos baianos conscientes. Salomão Batista querendo fazer “churrasco com jabá”. E o Sr Mario Kertész, que sempre se achou acima do bem e do mal, ainda criticou as pessoas que pediam informações e posicionamentos da empresa sobre o caso. O dono da “radinha” chamou as pessoas que criticaram o jabá nas redes sociais de “frustrados”, “invejosos”, “covardes” e ainda disse que falta coragem a essas pessoas até para praticar “grandes roubos”, porque pra ele, “até pra roubar, precisa ter coragem”. Deu vontade de ligar pra perguntar se ele teve essa coragem quando foi prefeito.


 Mas como uma pessoa tem tanta coragem e ficava “pianinho” quando entrevistava alguém que o chamava, entre amigos, de “judeu sujo” ou “judeu fedorento”, como fazia ACM?

Não, Sr. Mario. As pessoas das redes sociais não são covardes. Só não tem espaço na mídia para falar o que pensam, e por isso, usam o facebook e o twitter pra registrar suas opiniões, diferentes das suas, mas não menos importante. Respeite ao menos os que ainda te ouvem e deixe de corporativismo e condescendência com essa vergonha que está sendo extirpada do Bahia. Aprenda com o Juca Kfouri a fazer jornalismo sério, sem corporativismo, sem jabá e sem ofensas ao seu público.

Erick Cerqueira

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‘Jabá’ não é exclusividade da imprensa esportiva baiana

Por Juca Kfouri – em A Tarde

Eu tenho como regra não só da minha vida pessoal, mas também nos 16 anos que dirigi a revista Placar, que, quando tenho o interesse em cobrir alguma coisa, eu pago para fazê-lo. Ou quem me paga para isso é o veículo pelo qual eu trabalho.

Não aceito convites, e nunca permiti que um jornalista da Placar aceitasse o convite de clubes. Também não gosto dessa prática de dizer que o repórter fulano de tal viajou a convite do clube ou da empresa. Uma coisa é viajar a convite de um evento. Fazer uma palestra, por exemplo. Outra coisa é ser convidado para fazer a cobertura. Na minha opinião, essa cobertura será imediatamente viciada.

Eu diria que o ‘jabá’ (como se chama popularmente essa prática de ajudar jornalistas nas suas coberturas) não é, infelizmente, uma novidade. E também não é uma coisa exclusiva da imprensa esportiva baiana.

Sabemos que isso se dá de Norte a Sul do país. Sabemos quem é quem no meio do Rio de Janeiro ou de São Paulo, quem viaja a convite da CBF ou do Flamengo. O que não se dá, e é profundamente louvável, é a direção de um clube vir a público denunciar e dar o nome aos bois. E os bois que se expliquem!

É uma atitude corajosa. Vai certamente criar inimigos para a eternidade, mas mesmo assim, botou o dedo na ferida. O Bahia está prestando um serviço não apenas para o esporte brasileiro, mas também ao jornalismo independente do país.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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