Bahia investiga serviços ‘inexistentes’ no Fazendão

Enquanto o ex-presidente Marcelo Guimarães insiste, via o fórum judicial, em seu retorno para um lugar em que ninguém quer vê-lo por perto, o Bahia, através do Jornal A Tarde, apresenta novas denúncias que recaem na administração passada e afastada.

O Jornal afirma ter tido acesso a notas fiscais de supostos serviços prestados ao Esporte Clube Bahia, em maio de 2013. São documentos que datam entre 21 e 31 de maio de 2013, referentes ao que seriam pagamentos feitos pelo clube a terceiros – fornecedores e prestadores de serviços, em relação a reformas (drenagem, irrigação, plantio de grama, escavação, terraplanagem etc), nos campos de treinamento do Fazendão.

Segundo o gerente operacional do Bahia, Claus Dieter (no cargo desde 1996), tais serviços jamais foram prestados ao clube, que teria desembolsado, no somatório das notas fiscais, o total de R$ 2.367.521,01 a três diferentes empresas.

As declarações do dirigente, feitas em papeis timbrados com sua assinatura, foram entregues ao Ministério Público Federal para que o órgão apurasse as informações.

Segundo consta nas notas (veja o fax-simile abaixo), o Bahia pagou R$ 675.280,92 à Onix Construções S/A, em 23/5/2013. Desembolsou ainda R$ 728.322,00 à MAM Equipamentos Ltda – ME, com notas de 21/5/2013, além de R$ 963.918,09 à Millenium Serviços Técnicos Especializados Ltda – ME, com duas notas datadas de 24/5/2013 e uma de 31/5/2013.


Auditoria

“A partir do momento que passamos a apurar as informações da auditoria (da empresa Performance, contratada pela equipe que realizou a intervenção no clube, em julho), questionamos funcionários do clube que nos informaram que esses serviços jamais foram prestados. Procuramos, então, as empresas e mandamos notificações, mas não conseguimos entregá-las porque elas não constavam nos endereços que estão na receita federal, em consulta com base no CNPJ das empresas”, disse o gerente jurídico do Bahia, Vítor Ferraz.

A reportagem tentou encontrar as empresas por outros meios, e não teve sucesso no caso da Onix Construções e da MAM Equipamentos. A Millenium está localizada no logradouro que consta na nota, no edifício Fernandez Plaza (Pituba), contudo, em uma sala diferente do endereço que está no documento. Por telefone, no início da tarde, uma funcionária nos informou que tentaria falar com o responsável pela empresa e que entraria em contato com o jornal, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.

Perguntado sobre quais seriam as próximas ações do Bahia em relação ao caso, Vítor Ferraz disse: “Tentaremos o ressarcimento desses valores. O clube não pode ser prejudicado. Em tudo sendo comprovado, entraremos com uma ação indenizatória contra as empresas e, se necessário, também contra os ex-gestores do clube”.

veja o fax-simile abaixo

 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário