Bahia passou a ser credor dos Guimarães

A intervenção no Esporte Clube Bahia já acabou, um novo presidente já foi eleito e o clube segue a vida agora tentando administrar os “buracos” e o caos administrativo encontrado, enquanto isto, o Jornal A Tarde se mantém firme e incansável em mostrar fortes ligações entre o clube e as empresas da família, que até ao início do mês de setembro, se achavam proprietários do Esporte Clube Bahia. 

Apesar de estar preso a uma dívida global de R$ 83,2 milhões, conforme apontado pela empresa de auditoria Performance, o Bahia se tornou credor de uma das empresas da família Guimarães. 

É o que aponta o relatório da própria Performance, revelando que o clube teria um saldo em nome da empresa Consultiva (de propriedade do pai e irmão do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho), no valor de R$ 2,3 milhões. 

O relatório não indica se este valor chegou a ser completamente transferido para a empresa, conforme noticiado pelo jornal em 13 de setembro, porém, revela a existência da cifra destinada à Consultiva na conta em 30 de junho deste ano. 

Antes de ser credor de uma das empresas dos Guimarães, o clube era justamente devedor de uma outra entidade de mesma propriedade da família. Por conta de um empréstimo, no ano 2000, da empresa Protector ao Bahia, o clube teve que amortizar R$ 3,4 milhões em dívidas no ano de 2011. 


O empréstimo inicial da Protector ao clube foi de R$ 200 mil, mas que se transformou em um montante milionário por conta dos juros de 2,5% mensais cobrados. A Protector é uma empresa de segurança ligada a Marcelo Guimarães (pai do ex-presidente Marcelo Filho), e que aparece citada no relatório do Ministério Público Federal sobre a ‘Operação Jaleco Branco’, sobre suspeitas de corrupção e formação de quadrilha. 

No mesmo ano de 2011 em que quitou seu débito milionário, aponta o relatório da Performance, o Bahia passou a fazer empréstimos à Consultiva, que, por sua vez, já havia herdado os créditos de empréstimo da Protector com o clube. 

Resposta – Por e-mail encaminhado à imprensa, o ex-presidente Marcelo Guimarães Filho se defendeu dizendo que o empréstimo da Protector foi “com juros praticados pelo mercado e devidamente pago, assim como tantos outros empréstimos efetuados pelo clube durante esses treze anos”. Guimarães ainda reforça que “não há nada de ilegal em nenhuma dessas operações”.

Na nota, porém, Marcelo Filho não faz qualquer menção a empresa Consultiva e ao empréstimos do Bahia. O ex-presidente finaliza dizendo que “qualquer acusação sem a devida comprovação de alguma irregularidade será devidamente acionada na justica para os devidos esclarecimentos da verdade”.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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