Não me interessa Bahia x Corithians

Ainda sobre essas manifestações que acabam de vez com a nossa mobilidade urbana, a cada dia que passa assistimos os nossos políticos funcionarem apertados pelo pescoço e por açodamento. Talvez, esse tenha sido o maior mérito das últimas manifestações durante a Copa: provar para a classe política que o desejo dos brasileiros deve ser levado em conta mais que os interesses privados dos governantes. Parece óbvio que a classe política comece a trabalhar por pautas mais populares, embora saibamos que o problema do nosso país resida na forma de recrutamento de nossos políticos. A reforma política é sempre bem-vinda, mas eu acredito que seja viável só para as próximas eleições.

Falar de reforma política é também comentar o futebol, este que continua com os mesmos esquemas comprometidos com as agendas pessoais dos seus “donos”. A política mesmo como manifestação de rua precisou que existisse um megaevento futebolístico no Brasil para mostrar seu descontentamento. O Brasil que tem estádios lindos, modernos e cheios, não tem uma legislação nem uma entidade desportiva sã e focada nos princípios modernos de democracia política e transparência. A CPI da bola na assembleia legislativa da Bahia foi para o ralo, talvez fosse a esperança de moralizar a relação entre o futebol e o poder econômico que existe em torno dele.

Continuaremos então vivendo de boas fazes esporádicas, de uma sorte, um momento breve, um suspiro, enquanto não matam de vez esse gigante que tem o nome da nossa terra. O Bahia tem vivido de algum modo como um paciente terminal e uma torcida que sabe está sendo usada para fins que não se coadunam com a paixão que sente. O tricolor de aço se transformou num mostro que não reconheço a não ser pelas minhas fantasias de outrora. O torcedor sabe que o Bahia virou uma empresa privada familiar, ele tem pleno conhecimento que todos os reclames e as críticas que tem sido feita contra esse tipo de gestão é por causa da filosofia de gestão familiar que causa muito mal a uma instituição que pertence a uma nação e a cultura do nosso Estado.

Eu estou otimista com a intervenção, torcerei mais o Bahia fora de campo. Não me interesso mais com o Bahia que via dentro de campo jogar com amor aos nossos símbolos e nossa torcida, embora reconheça o bom momento no campeonato brasileiro e não desmereça o trabalho do treinador Cristovam. Hoje, a torcida baiana poderá ser testemunha de uma revolução tricolor a partir de uma eleição democrática, longe dos vícios que eternizam os atuais gestores. Essa discussão está na justiça, e a ação de suspeição contra o juiz natural foi vencida, falta a batalha final. Será esse Bahia x Empresa familiar que dará as linhas que tocam a minha alma. Não me interesse Bahia x Corinthians!

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Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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