Sergipe recebe de braços abertos o Botafogo com a velha vassalagem que destestamos ver em nossa própria gente. Isso deveria ser motivo de crise inter-estadual entre a valente Bahia e o estado de Sergipe, com seus glorioso e resistente futebol. O time do Bahia e do Botofogo devem por isso protagonizar em Aracaju um clássico também entre o falso torcedor do Botafogo, preferência em parte de Sergipe e o torcedor do Bahia que irá ver seu time do coração.
Nesse mundo em que o nordestino trabalha por quatro regiões do país, sobra abestalhado para ridicularizar os costumes, os nomes e o sofrimento da seca, entretanto querem que copiemos seu jeito e seu modo de torcer para seus times. Mas, o pior é assistir os “botafoguenses” de tubo de televisão receberem o time carioca como se fossem parte do Rio, a mimética forma de torcer que a televisão impõe para abestados se verem na “plim plim”.
E para não deixar de lado os torcedores mais fanáticos pelo Botafogo que não residem em Sergipe, falo de você também abestado baiano, cearense, potiguar, paraibano, maranhense, piauiense e alagoano que torce para o Botafogo, penso nos milhões também que estão criando a partir da luta de bravos um campeonato do nordeste superavitário que emerge dessa lama do futebol nacional que tornou o campeonato nacional uma forma de exclusão social justificada sobre o “profissionalismo”; o que na verdade foi só uma desculpa.
Mais indo para frente. Vejamos um poeta nordestino do sertão cearense semi-analfabeto que conseguiu uma qualidade poética de conteúdo e linguagem admiráveis. O que Patativa do Assaré diria para esse mimetismo que acontece no nordeste quando um time do sul vem aqui jogar? Vai lá seu Patativa, diga:
“Cante lá que eu canto cá
Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.
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