Freddy Adu no Bahia: chances de sucesso

O site carioca Lance traz, neste sábado, uma interessante matéria
com o “Pelé do Bahia”, Freddy Adu, que jogou apenas alguns minutos no Bahia e já
mostrou que não terá utilidade alguma. Veja a matéria.

Que tal contratar um bom jogador para reforçar o elenco e ainda
lucrar com sua imagem? Esse é o caminho que alguns times seguiram em
busca do sucesso: Botafogo com Seedorf; Coritiba com Alex; Corinthians
com Pato. O Bahia também tem esse projeto em mente, com o ganês
naturalizado americano Freddy Adu, de 23 anos, que foi comparado a Pelé
quando tinha apenas 14 anos.

No momento, a situação financeira do
Bahia é boa. E ainda há um patrocínio com valores superiores ao da AOS,
patrocinador master do clube, por vir. Assim como alguns projetos
visando explorar a imagem de Freddy Adu, como o lançamento de produtos
licenciados. 

Porém, o clube ainda espera um momento mais
propício. O americano jogou apenas duas partidas, como reserva, e ainda
está se adaptando ao futebol brasileiro.

– Eu estou adorando o
Brasil, porque as pessoas são muito especiais e felizes aqui. Todos te
cumprimentam na rua, conversam, são educados, e, especialmente quando
você é um jogador de futebol, todo mundo quer vir falar com você. A
adaptação está indo bem – garantiu o meia-atacante.

Meia-atacante do Bahia, em entrevista ao LANCE!Net!

O que te fez aceitar a proposta de vir para o Brasil e jogar no Bahia?Eu
não estava bem no meu clube e surgiu esta proposta de atuar no Brasil,
um país que domina o futebol. Eu sempre quis jogar aqui. Então eu fiz
uma pesquisa, procurei saber sobre o país e o Bahia, e eu gostei muito
do que vi. Então eu decidir vir para cá.

Você já conhecia o Brasil?Eu
só conhecia pelo o que ouvia. É a minha primeira vez aqui. Eu estou
adorando o Brasil, porque as pessoas são muito especiais e felizes aqui.
Todo mundo te cumprimenta na rua, conversa, são educadas neste aspecto
e, especialmente quando você é um jogador de futebol, todo mundo quer
vir falar com você. A adaptação está indo bem, porque como eu já joguei
no Benfica, eu falo um pouco de português, e isso facilita.

O português que você aprendeu lá é suficiente para se comunicar com os companheiros?Eu
falo um pouquinho de português sim (falando em português). Mas o
importante é você saber os termos usados no futebol. Eu entendia melhor
do que eu falava. Agora que estou começando a falar melhor, já que estou
aqui há dois meses.

E com o Joel Santana você fala em português também, ou ele se arrisca no inglês?Joel
Santana (risos). Ele às vezes tenta falar em inglês comigo, mas eu não
entendo nada (risos). Mas eu gosto dele, é muito engraçado. Ele adora
contar piadas o tempo todo.

Você já havia jogado com o Neto, lateral-direito do Bahia, certo?Eu
já joguei com o Neto no Aris, da Grécia. Ele é um jogador muito bom e
experiente. Tem me dado muito ajuda quando preciso. Inclusive, foi ele
quem deu a assistência para o meu primeiro gol no Áris.

Você gostaria que isso se repetisse no Bahia?Isso
seria ótimo (risos). Mas, eu não me importo em marcar muitos gols.
Minha preocupação sempre é de ajudar o time que eu jogo, a prioridade é o
coletivo.

Você falou com ele ante de vir para o Bahia?Não,
na verdade eu conversei com o Felipe Melo, porque eu estive com ele no
Galatasaray, da Turquia (ele fez uma intertemporada de duas semanas no
clube no início deste ano). Eu perguntei pra ele sobre o futebol daqui, o
trabalho, como eram os treinos, e ele me disse para seguir a minha
vontade, que seria muito bom para mim jogar aqui, que eu me encaixaria
fácil aqui. Também me falou sobre o clube, que é um time importante e
que tinha uma torcida grande.

 Você acha que tem o estilo de jogo dos brasileiros por causa da facilidade com dribles?Mas
é claro (risos). Eu sempre vejo brasileiros atuando, meus ídolos no
futebol são o Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. Eu adoro o jeito
brasileiro de jogar, o jogo bonito. Quando eu decidi vir para o Bahia,
também me deixou animado esta oportunidade de jogar num país que é a
referência no esporte.

Você já vê as diferenças para os outros países?Sim,
é muito grande a diferença para os outros países onde joguei. Lá a fora
há uma grande preocupação com a defesa, enquanto aqui, se joga sempre
visando o ataque, e é dessa maneira que eu gosto de jogar futebol.

Você estava na estreia da Arena Fonte Nova (vitória do Vitória por 5 a 1)?

Assisti. Como eu não podia jogar ainda, eu acompanhei das arquibancadas.

E o que você achou do clima do novo estádio e dos torcedores?Foi
fantástico. Os torcedores do Bahia e do Vitória são muito apaixonados e
incentivam bastante os times. O jogo se torna empolgante. Estou muito
ansioso para sentir isso de dentro do campo.

Você está ansioso para ter uma oportunidade entre os titulares?

Sim,
a gente nunca sabe o que vai acontecer, temos que esperar sempre a
oportunidade. Eu estou preparado para atuar desde o início da partida,
mas não vejo problema em ficar no banco e entrar no segundo tempo. O que
importa é ajudar o time a vencer.

Você falou bem das torcidas. Você vê semelhança com os torcedores daqui e da Turquia?

Sim,
os torcedores brasileiros e turcos são muito parecidos. Os dois são
apaixonadíssimos por futebol e pelos seus clubes. Idolatram jogadores,
ficam muito tristes quando perdem e comemoram muito as vitórias.

Jogar no Bahia pode te ajudar a voltar à Seleção e disputar a Copa do Mundo que será aqui?

Na
verdade eu não estou pensando nisso. Eu estou no Bahia e meu foco está
todo voltado para o clube, em ir bem aqui. Então, eu não estou pensando
no meu futebol em lugar algum que não seja no Bahia.

Você chegou a ser comparado com Pelé no seu começo de carreira, mas não chegou ao patamar que muitos esperavam.

Eu
tenho 23 anos agora. Eu não sou triste por não ter virado um Pelé. Eu
era muito novo quando comparavam. Meu foco está todo no Bahia agora. Eu
sei que se eu me concentrar aqui vou poder jogar bem e crescer no
futebol. Quem sabe me tornar um grande nome.

Você acha que a pressão te atrapalhou?

Era
muita pressão. Eu não queria ser comparado a Pelé, até porque Pelé é o
Pelé, e eu era muito novo, tinha apenas 14 anos. Todo mundo queria me
ver marcando três gols toda partida, o que impossível para qualquer um.
Não há dúvidas que isso me atrapalhou. Mas agora eu estou mais maduro e
menos pressionado. Estou confiante em mostrar meu futebol aqui no
Brasil.

E você tem alguma relação com o Pelé?

Não
tenho nenhuma relação com Pelé. Quando eu era adolescente, me
comparavam a ele, nós nos encontrávamos às vezes, conversávamos, até por
essa situação. Mas eu já não falo com ele tem alguns anos.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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