Revolta entre sócios do Bahia 2

O clamor dos sócios por mudanças no Bahia continua a esculpir a dificuldade do E.C.Bahia, dirigido por coronéis, em seus ímpetos oligárquicos a conduzir o clube desrespeitando sua torcida e principalmente seus sócios. O reclame é do Sr. Wilson Santos, sócio do Bahia desde 1993. 

Amigos, 

Sou sócio patrimonial desde 1993, momento que o Bahia já dava os primeiros passos para a crise que de certa forma perdura até hoje. Na verdade, este título é mais velho até do que eu mesmo, pois meu pai, que o adquiriu em 1969, não tinha mais interesse em utilizar e resolveu me repassar os direitos de frequentar a Sede de Praia. Com a degradação desta, resolvi manter a taxa de manutenção apenas por questões políticas. O direito de voto para a diretoria executiva era e ainda na prática continua um sonho, mas via nisso a oportunidade de ao menos participar das assembleias nas quais se referendavam os diversos absurdos, sempre com o objetivo final do fortalecimento do poder das pragas que lá estão. Apesar de fragorosas derrotas ante a esses abutres que estão destruindo o clube na mesma velocidade da luz, tivemos importantes ganhos (quem não se lembra dos absurdos que impedimos que ocorressem na gestão do incompetente Petrônio Barradas, por exemplo?), não pelo voto, mas pelo barulho. 

Diante disso, eles passaram a perceber que o perfil dos sócios do clube (que se resumia apenas a questão lúdica) mudou. Era então preciso algo capaz de conter este público, afastando-o da possibilidade do poder de ter vez e voz nas discussões sobre os destinos da agremiação. Tentou-se ignorar a contrapartida para aqueles que pagavam e os remidos com o definhamento da sede da Boca do Rio (seja como uma eventual construção de outro espaço de entretenimento, descontos na compra de ingressos, e por ai vai), mas não adiantou muito. Posteriormente, uma onda de denuncias sobre as dificuldades programadas pelos funcionários do Bahia para aqueles que quisessem se associar, não surtiram efeito. A chance que eles agora encontraram – e pelo jeito com possibilidade de sucesso – é a de afastá-los pelo bolso, já que certamente o perfil da grande maioria dos pagantes tem dificuldades de atualizar a taxa de manutenção, ainda mais agora com dois golpes, reajustando para cima em menos de 2 anos a taxa de manutenção em 200% (de R$ 20 para R$ 40; e agora de R$ 40 para R$ 80 reais). 

Certamente, quando as necessidades de justificativas por mais esta patacoada começarem a surgir, o discurso na ponta da lingua será inevitavelmente o “abismo financeiro do clube”, somada ás “importantes conquistas” do torcedor a partir do último mês de janeiro. Afinal, o tão sonhado direito de votar para presidente fora alcançado, comentarão, na estratégia de idiotizar os descontentes. Mas duvido que eles farão um rastreamento nas obrigações contratuais dos Conselheiros. Até porque, para estes, tanto faz triplicar as mensalidades ou não. Correm a boca pequena que boa parte dessas vacas de presépio estão inadimplentes há muito. Como costumam se comportar como bons bonecos, fazendo tudo o que os ventríloquos coordenam, eles são aceitos no palco, ainda que ilegalmente.

Ainda estou pensando, mas tudo indica que tal golpe atingiu-me em cheio. Eles venceram. Só espero que triunfando definitivamente a guerra, eles não tenham na contramão a pulverização do tão amado Esporte Clube Bahia. Vou ver como fazer para manter tal título. Mas confesso, tá muito difícil…

Wilson Santos

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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