Quarta-feira de Cinzas, teu nome deveria ser Baêa

As expectativas em torno de uma Copa do Nordeste com a participação de times de expressão nacional como o Esporte Clube Bahia e o Sport e de clubes tradicionais como o Santa Cruz e o Ceará foram frustradas pela saída precoce – pelas portas do fundo, diga-se de passagem – do único time nordestino que é Bicampeão Brasileiro da série A. 

O Bahia não só decepcionou seu torcedor, ele ofuscou o brilho da festa. Toda a esperança de a Copa do Nordeste não ser de agora em diante apenas cumprimento de calendário reside na força das torcidas do Sport e do Santa Cruz. Estes dois clubes têm a responsabilidade de atenuar as consequências do estrago feito pelo desastrado Esquadrão à Copa. Esta competição tão esperada por torcedores e pela imprensa esportiva nordestina não merecia este rude golpe que lhe foi dado pelo Tricolor de Aço. 

Agora, resta esperar pelo enfadonho campeonato baiano e pela Copa do Brasil. Não vou comentar os assuntos administrativos e gerenciais do Clube, porque minha ironia não está afiada. Apenas vou torcer para que, na importantíssima Copa do Brasil, o elenco resolva se empenhar mais (uso propositadamente o termo empregado por Jorginho, porque acho que ele tocou numa questão essencial: o empenho dos jogadores). 

Assisti aos jogos do Bahia e o que vi parecia ser falta de qualidade por falta de empenho. Melhor ainda: a falta de empenho impediu-me de avaliar a qualidade do elenco. Por que este descompromisso dos jogadores? Houve o atraso nos salários, mas isso justifica o comportamento dos atletas? Sim: se eu não for pago pelo meu trabalho, eu farei tudo para mostrar a meu patrão que posso prejudicá-lo. O trabalho assalariado não é um sacerdócio, é um negócio. 

Tomara que um dos principais problemas tenha sido o da falta de pagamento, porque isso é superável. Outras questões que envolvem o Clube como as dívidas com os profissionais já fora dele e as negociações obscuras não afetam o time em campo, mas a falta de pagamento dos salários dos atletas e do que lhes foi prometido, sim. Há também a necessidade urgentíssima de alguém que não só faça sombra a Souza como torne viável dispensá-lo o mais rápido possível, não pelo que ele disse ou deixou de dizer, mas porque, desde o ano passado, ele não quer trabalhar. 

Vamos esperar pela Copa do Brasil e torcer para que seja bem-sucedido o time baiano que, perante o país inteiro, não serve para inspirar o escárnio. Por falar nisso, alguém que foi ao Carnaval sabe dizer como foi o desfile do Olodum? A fantasia deles estava bonita? O bloco foi ovacionado na avenida? 

Dinensen

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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