Obina pronto para cobranças da torcida

Contratado como esperança de gols no Bahia, o atacante Obina vive a expectativa de

estrear no tricolor. Desde que o Bahia foi eliminado da Copa do Nordeste, Obina tem

treinado na equipe titular. Na sexta, contra o Atlântico, no primeiro jogo-treino das

‘férias’, ele ainda se mostrou sem ritmo, mas se entendeu com Adriano Michael

Jackson e deixou o gol dele, de pênalti, nos 7 x 0. O jogador concedeu entrevista ao

jornalista Ivan Dias Marques, do Jornal Correio,  onde admite a responsabilidade e confessa que está

preparado para as cobranças da torcida do Bahia. Veja:

Após esse tempo todo treinando, como é que você está se sentindo fisicamente? 

Bem melhor. Do dia que cheguei pra cá, estou me sentindo mais em forma, perdendo o

que tinha que perder (ele perdeu 5kg). Se precisasse de mim, no momento, eu com

certeza estaria à disposição pra ajudar. 

O que dá pra tirar de melhor desse período sem jogos? 

O entrosamento com os jogadores, apesar de ter jogado com muitos aqui. Acho que

esse é o momento de procurar se entrosar mais com o grupo, procurar me dedicar o

máximo pra conseguir meu espaço na equipe. Acho que é o momento que temos pra

treinar, pra quando chegar dentro de campo estar preparado pra fazer os gols. 

Mesmo sem ter participado, você já vai entrar em campo pressionado por causa da

eliminação precoce na Copa do Nordeste. Como é isso? 

Quando você está numa equipe grande, sempre que entra em campo, já entra

pressionado. Independente de quantos times grandes você passe, quando chega num

time com o status que o Bahia tem, com certeza você já vai chegar pressionado. Já

vem a pressão do atacante visto em outra equipe, que tem que fazer gols, tem que

ser o artilheiro, tem que fazer mais do que fez na sua outra equipe… Tem toda essa

pressão e é bom que a gente esteja tranquilo pra na hora que entrar fazer o melhor e

tirar essa ansiedade de estreia. 

Jorginho tem feito treinos específicos para os setores e você tem treinado de titular ao

lado de Adriano Michael Jackson. Vocês se conheceram na China? Como é essa

história? 

Eu fui pra China, depois ele chegou. Chegamos a jogar contra, mas a amizade a gente

fez aqui mesmo por causa do dia a dia, os treinamentos juntos, quando chegamos. É

bom esse entrosamento pra gente levar pra dentro de campo, junto com os outros

atacantes pra gente fazer os gols que o Bahia precisa. 

Na China você falava muito da saudade do Brasil. O que tinha de mais complicado lá? 

Ah, difícil você viver num país tão diferente do nosso. Na comida, na língua, tudo era

mais complicado. Ainda mais por nunca ter saído e ficado tanto tempo fora do país. Foi

a primeira vez que fiquei tanto tempo longe. Tive na Arábia, mas foi por dois, três

meses. (Na China) Foi uma experiência única, boa. Agradeço aos chineses por tudo

que fizeram comigo, pelas ajudas que me deram logo que cheguei. Mas agora é outro

ambiente. Estou no Brasil, na minha cidade, Salvador, e vou procurar fazer o melhor

pelo Bahia. 

Que história é essa de que lá não tinha roupeiro?
(risos) Não tinha, né? 

Era difícil porque a gente está acostumado a chegar no

treinamento e ter sua roupa lá, é só trocar rapidinho e já ir pro campo. Lá é diferente.

Você tinha que levar sua roupa pra casa pra sua esposa ou você lavar e, dali, ir

treinando. Cada dia você trocava uma e, se fossem dois períodos, tinha que deixar

duas arrumadas pra poder você trocar. Por isso que eu não reclamo de nada (risos)! O

que o roupeiro der, está bom pra mim. Estou feliz e fui feliz lá. 

E a concentração lá era diferente? 

Ah, a concentração era uma coisa boa. A gente ia pra casa quando o jogo era em casa

e só chegava três horas antes do jogo pra se ambientar. E quando acabava o jogo, a

gente voltava pra casa e pronto. 

Mudando de continente, está dando pra ir na Ilha nos dias de folga?

Não dá tempo porque a gente continua treinando. Não dá pra ir também porque meu

filho acabou de nascer (Cauê, no dia 10 de fevereiro), então fica um pouquinho

complicado porque tenho que levá-lo no pediatra e tudo isso. Então, a gente procura

ficar mais em casa, relaxar, porque sabe que quando voltar vai ter treino duro. Tem

que estar bem preparado e bem descansado pra quando voltar.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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