Uma democracia de “mentirinha” no Bahia

O que me chamou atenção ontem enquanto acompanhava as notícias dos combativos tricolores associados durante a assembleia foi que faltaram muitos tricolores sócios nesta assembleia para participar combativamente contra a perpetuação do poder no Bahia na mão de poucos. Coragem teórica não falta a muitos que militam sobre a necessidade de democratizar o clube, mas falta com certeza atitude de acreditar mais no que escrevem sobre democracia e um sonho de um tricolor grande.

Será que hoje todo mundo se diz democrata para apenas aparecer como “moderno”? Acho que muitos ainda não deixaram de lado a teoria parar tomar atitudes positivas para realizarem um sonho coletivo. Aliás, é muito recente a democratização do país, as lutas pela democratização do nosso Brasil também pararam, a capacidade de buscar coletivamente anseios já não mobiliza mais a população desde os “caras pintada”, aliás o fenômeno que vem chamando atenção é uma corrente conservadora de jovens dispostos a  fazer ressurgir instituições anti-democráticas. Esse caldo cultural da anomia social certamente reflete na falta de fé na luta política que envolve questões comuns.

É nessa conjuntura de anomia social que a ponte para o Bahia se modernizar foi destruída antes de construída verdadeiramente por essa conjuntura de torcedor do Bahia personalista e de cidadãos muito conformados em deixar que outros decidam por eles. A democracia pode ser útil para não aparentar um conservadorismo secular de padrões rígidos e hierarquizados de perpetuação de poder. A democracia assim ontem no Bahia na assembleia vestiu a farda, a batina e o autoritarismo para dar um “jeitinho” e parecer democrata, quando na verdade foi mais um blefe da situação que ameça se perpetuar no poder por mais 20 anos. Duvida? Leia essa coluna de Eder Ferrari e vocês vão entender melhor a marmelada do novo Estatuto

Vale salientar ontem a brava atitude dos membros da Revolução Tricolor que levantaram a questão de um Estatuto moderno, mesmo sem ter a mínima chance de conseguirem levar suas propostas a um bom termo, contra uma assembleia que não mostrou para seus sócios quem estaria apto a votar e adimplente. Nenhuma lista foi divulgada e seque essa falta de transparência sobre questões de princípios básicos para viver numa democracia como é a transparência de uma pleito. Uma comissão mista de sócios tinha que ter acesso ao cadastros de sócios aptos a votar e realizarem sua divulgação prévia. Fica tudo muito nebuloso no Bahia com mais um mandato de um presidente que queria muito fazer a democracia no Bahia, mas que esbarrou na sua própria história familiar e a busca de permanecer no poder.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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