Vitória: Com dinheiro e sem títulos

A matéria de Adalton dos Anjos do Jornal da Metrópole (Metro1) desta sexta-feira, aborda os aspectos da gestão administrativa financeira do Esporte Clube Vitória. E a conclusão é que o clube vive um momento administrativamente bem organizado em uma ponta, e na outra, sofre pela falta de títulos. Confira.

Depois de viver um caos financeiro no início dos anos 2000, o Vitória se organizou administrativamente e aumentou de R$ 6 para R$ 34 milhões o faturamento nos últimos cinco anos. A reestruturação financeira iniciada em 2007 e liderada pelo vice-presidente, Carlos Falcão, controlou as ações trabalhistas e os atrasos nos salários. Mas, o time principal não reflete o sucesso de fora de campo, já que não ganha títulos desde 2010 e amarga a Série B do Brasileiro há dois anos.

A boa saúde financeira do Vitória é reconhecida nacionalmente. Recentemente, o clube foi apontado como um dos quatro das Séries A e B, junto com Atlético-PR, Internacional e Goiás, a não pedirem empréstimos com a garantia dos direitos de transmissão da Rede Globo.

Além disso, o clube comemora a forma ‘transparente’ com que cuida das contas e a ausência de dívidas. “O time é um dos únicos no Brasil com certidão negativa”, afirma o consultor Rodrigo Santos, do Instituto de Gestão, Educação, Política e Estratégia (Ingepe). Em campo, o Vitória, que iniciará mais uma campanha da Série B amanhã (19), precisa demonstrar que não aprendeu apenas a organizar finanças

‘Jogadores querem estar no Vitória’

Para o vice-presidente do Vitória, os problemas na administração do clube, que já resultaram na perda de direitos federativos de jogadores e no bloqueio das contas bancárias do time, ficaram para trás. “Encampamos uma política e contamos com apoio da diretoria.

“Esse projeto irá em breve ter bastante sucesso nas quatro linhas”, garante Falcão. A audaciosa projeção do time para este ano prevê um faturamento de R$ 50 milhões.

Entre as vantagens apontadas pelo cartola estão os investimentos feitos na base do time e a facilidade na hora de contratar novos atletas. “Os jogadores hoje querem jogar no Vitória, porque sabem que aqui o que for combinado será cumprido”, diz.

A segunda etapa da reestruturação do time começou recentemente com a contratação dos serviços do Ingepe, que vem tratando o clube como uma empresa ao produzir um planejamento estratégico do rubro-negro. “Ouvimos todos os integrantes do clube e estamos organizando essas informações. Queremos que o Vitória gaste menos e invista melhor”, afirma Rodrigo.

Apenas promessas

Sem dívidas e com a pretensão de uma folha de pagamento um pouco maior do que a do ano passado, que chegava a ser comparada a de times da Série A. Assim o Vitória se prepara para a disputa de uma das quatro vagas na Série A do Brasileiro de 2013. O time já anunciou alguns reforços sem muito peso, como Eduardo Ramos, Carlinhos e Ananias, mas Falcão avisa que ainda deverá contratar mais jogadores.

Outra garantia do clube é refletir as melhorias fora de campo para o time profissional, o que não aconteceu até o momento. “A estruturação das áreas não relacionadas diretamente com o futebol naturalmente se refletem no time profissional”, garante Rodrigo Santos.

O consultor promete tornar o Vitória um clube de referência nacional em termos de estrutura organizacional em pouco mais de um ano. Aos torcedores restam apenas promessas e poucos resultados até aqui.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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