Os sete pecados do Vitória

Final de Campeonato Baiano e chegou à hora do balanço geral para identificar e questionar os erros dos últimos cinco meses que custaram o título ao Esporte Clube Vitória. O rubro-negro Gerson Sousa do site Leão da Barra, não perdeu tempo, listou sete e detalha um por um.


A contratação do treinador foi um erro desde o começo. Querido pela torcida devido à campanha em 99, Toninho vinha de 2 péssimas passagens por Sport e Guarani e nem de longe parecia o técnico de antigamente. Em 4 meses, não conseguiu estabelecer um padrão tático e ainda fez “experiências” em jogos importantes que culminaram em derrotas e empates que aumentaram a dificuldade para alcançar a liderança e brigar pela vantagem. A preparação física e o treinamento dos goleiros sempre foram questionados.

Revezamento dos Goleiros
A estranha decisão da comissão técnica pegou todos de surpresa. Douglas terminou a série B como um dos melhores jogadores do clube. O atleta assumiu o lugar de Fernando, que saiu devido às constantes falhas. Renan chegou com status de seleção, emprestado devido a constantes falhas, e isso foi suficiente para desbancar Douglas, que declarou à imprensa “não entender nada”. O goleiro, que veio do Corinthians, mantinha a média de uma falha por jogo que às vezes resultavam em gol. Renan se machucou na primeira partida contra o Botafogo e abriu espaço para a volta de Douglas. O resultado nós sabemos. O resumo é que temos dois goleiros de nível baixo.

As laterais
Desde Marcelo Cordeiro, em 2008, que não temos um bom lateral esquerdo. Leandrinho em 2009, Egidio em 2010, Fernandinho em 2011 e agora Wellington Saci em 2012. Todos os laterais com baixa produtividade e que falhavam muito na marcação. A “Avenida Saci” foi uma das mais movimentadas do rubro-negro no ano.

Outro fato importante foi a perda da melhor válvula de escape rubro negra. Com a lesão de Nino o Vitória ficou órfão em jogadas pela direita. Léo e Romário possuíam lampejos de boas jogadas. Na final conseguimos o feito de ter os três laterais machucados. Gabriel Paulista foi improvisado no setor.

Neto-dependência
O atacante correu, brigou, xingou, se descontrolou. Neto comemorou os 100 jogos pelo clube, igualou o recorde de Claudio Adão como maior artilheiro da história do Campeonato Baiano e foi responsável por quase 50% dos gols do clube no ano. Isso tudo sem ter uma sequência com um parceiro de ataque definido. Rildo, Dinei, Marquinhos e Tartá foram os jogadores que atuaram com Neto. Marquinhos, grande esperança de qualidade no ataque rubro negro, sofre com as constantes lesões desde o ano passado e o Vitória não consegue encontrar um substituto a altura.

A queda de Geovanni
Parece que o maestro cansou. O Geovanni dos belos passes e decisivo nos momentos importantes ficou em 2011. Esse ano vimos apenas ‘palhinha’ no triunfo frente ao rival por 3×2.. mas só. Dizem que o meia possui uma lesão no joelho e que faz tratamento intensivo toda semana. Para curar a lesão seria necessário passar por um procedimento cirurgico que o jogador não quer. A informação não é oficial. Pior que ficar sem Geovanni é pensar no retorno de Lúcio Flávio ou na preguiça de Eduardo Ramos.

A falta de Comando no Futebol
Newton Drummond, o Chumbinho, chegou ao Vitória em julho do ano passado para tentar arrumar a casa, mas sem uma posição hierárquica definida. Beto Silveira, uma lástima como Diretor de Futebol, continuou no cargo por ser “amiguinho de Alexi”. Após a sequencia de insucessos, Chumbinho assumiu no ínicio do ano, mas logo abandonou o barco afirmando que não iria conseguir fazer seu trabalho corretamente e que se faz necessária uma mudança de cultura muito forte dentro do clube. Alegou intromissão de conselheiros e dificuldades de se profissionalizar algo que seus superiores não apostariam. Raimundo Queiroz foi contratado novamente, estava no Santa Cruz e passou pelo clube em 2009 ficando apenas 5 meses, e nada mudou.

Diretoria – Alexi Portela
Desde da final da Copa do Brasil em Agosto de 2010, o Vitória vem colecionando fracassos. O clube foi rebaixado no Campeonato Brasileiro dentro de casa, eliminado na Copa do Brasil pelo Botafogo-PB na primeira fase, perdeu o Campeonato Baiano para o Bahia de Feira, não conseguiu o acesso à primeira divisão e agora perde novamente o Campeonato Baiano, só que agora para o seu maior rival.

Nesta história, estamos há dois anos sem conquistar o título de Campeão Estadual, feito que não ocorria desde as temporadas 1993/94*. Caso o Vitória não consiga o título ano que vem, estaremos igualando uma marca que não acontece desde a década de 80.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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