E.C. Vitória: A saga do rubro-negro Dan

A paixão passou de pai para filho. E a marca alcançada pelo garoto Dan, de batismo Daniel Novaes, 12 anos, é significativa: tão jovem, ele chegou nesta quarta-feira ao assistir Coritiba x Vitória, no Couto Pereira, em Curitiba, ao 50º estádio diferente desde que passou acompanhar sua paixão, o Vitória, pelo mundo afora.

Mundo, isso mesmo. Afinal, em 2009, Dan esteve presente ao Estádio Centenário, em Montevidéu, para assistir ao jogo contra o River Plate, pela Copa Sul-Americana. A estréia do garoto nos estádios foi no Manoel Barradas, o Barradão, quando tinha 1 ano e 6 meses. Contra a vontade da mãe.

– Ela dizia que ele era ainda muito pequeno para ir ao estádio – lembra Manoel Novaes, que atendeu ao pedido da esposa, mas não deixou de vez em quando levar Dan ao santuário rubro-negro.

A saga de Dan começou a partir dos 6 anos, quando o pedido veio do próprio garoto. Seja no Barradão, Engenhão, Maracanã, Couto Pereira, Estádio Olímpico, Beira-Rio, Mineirão, Arena da Baixada, lá está ele uniformizado com a roupa da organizada Os Imbatíveis, torcendo pela sua paixão, e fazendo valer um trecho do hino do clube: estamos contigo em qualquer lugar.

O primeiro jogo em outro estado ocorreu em 2006 contra o Pìrambu, pela Série C do Campeonato Brasileiro, em Pirambu (SE).

Para o filho, cursando o 7º ano no Colégio Vitória Régis, Manoel Novaes exige notas boas, o que representa o esforço dele, um menino, para ver o Vitória. Aluno aplicado, não deixa a bola cair, pois não quer perder um jogo do rubro-negro.

– Pago provas extras quando ele tem que viajar. É uma satisfação, pouca importa quanto gasto. É um prêmio pela dedicação dele aos estudos – confessa o paizão, cujo pai era torcedor do Ypiranga e o levava à Fonte Nova para assistir aos jogos do time amarelo e preto, hoje na segunda divisão o futebol baiano.

Dan diz que o segredo é estudar bastante para manter a média de notas e não deixar de viajar Brasil afora para torcer. E nestas viagens, conheceu outro apaixonado, o médico baiano Flavio Feitosa, radicado em São Paulo, cujo filho de 3 anos, João Pedro, está no mesmo caminho de Dan.

– Conhecemos Flávio e ele está indo no mesmo embalo. Ano passado viajamos juntos para quase todos os jogos do Vitória em São Paulo – revela Manoel Novaes.

Dan foi adotado pelo goleiro Viáfara que fazia questão de entrar em campo com o garoto. Com a saída do colombiano, seus ídolos agora são o zagueiro Gabriel e o volante Uelliton, revelados na divisão de base.

Assim que é divulgada a tabela das competições que o Vitória participa, Novaes, o pai, vasculha a internet e reserva passagens e hotéis. E Dan enche o boletim com boas notas.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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