Bahia: Quem é Paulo Miranda?

“Alô, alô, marciano, aqui quem fala é da terra, estamos em guerra..”, alguns já ouviram essa música, outros deveriam ouvir Elis Regina cantá-la. Estamos em guerra, quando não estivemos? A dubla BaxVi então parece expiar esses antagonismos de classe, oposições de totalitarismo versus democracia, arroubos múltiplos de paixões e complexos de inferioridade e superioridade, até racismo coloquem nesse balaio. Outro dia assisti uma discusão inútil sobre quem representaria melhor o movimento negro, se o Bahia ou Vitória. Algumas pessoas diziam que era o Vitória por suas cores, outros o Bahia por sua preferência popular.

Essa guerra de panfletagem sobre o convencimento dos demais para arrebatar novos súditos ganhou as ruas e chegou no MMA, que agora é baiano e torce pelo Cigano. O atleta mostrou recentemente sua preferência pelo Vitória. Puxa vida! Que bom! Sinceramente, não vejo como torcedor do Bahia apaixonado qualquer motivo de fúria para ficar chateado com a preferência pelo rival do lutador. Ele deveria sair em carro aberto com a camisa do Vitória, para mim não teria problema. O que pode ser tão completamente mais indesejável é que vivêssemos numa sociedade totalitária e se nossos atletas fossem como na União Soviética em que eles eram obrigados a prestar juras de amor ao regime e bandeiras comunistas, um regime de força iníquo.

Ontem, outro fato chamou minha atenção sobre a questão das rivalidades e preferências dos atletas sobre a divisão dos clubes de futebol entre grandes e pequenos. Paulo Mirando, personagem insignificante, menosprezou o tricolor em relação ao clube paulista que agora trabalha. Ora! O jogador de futebol ama aquele que paga o seu salário, e o que o projeta nas melhores posições para chegar na seleção braisileira. Infelizemente, hoje jogar no Bahia não significa estar em condições de fazer essa ponte para o jogador entre seleção e clube.

Mas, o Bahia, como time grande que é, pelo menos para mim, tem fartura de verdadeiros ídolos, como Bobô e Zé Carlos, que dignificaram nossa camisa, chegaram à seleção sem a necessidade de estar no sul “maravilha”. O Bahia precisa pensar menos em Paulo Miranda, ele pode exaltar o clube do ditador Juvenal Juvêncio em detrimento dos ditadores do Bahia. Só não pode Paulo é querer chegar à minha consciência que você se iguale a Bobô em importância, isto porque você não representa nada para o Bahia, e pelo que expressou revela sua ignorância sobre a história de resistência do nosso clube.

O que falar dessa loucura de dar importância então ao Joel Santana sobre a sua grotesca tirada de humor preconceituosa ao relacionar “sardinha” e clubes fora do eixo Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul? Outra vez para mim isso só foi ganhar importância quando percebi que eram os meus pares tricolores mais jovens os mais sensibilizados pela declaração de Joel. Sinceramente, o Bahia não tinha um ídolo tricolor e baiano há muito tempo, esteve desorganizado e sem qualquer munição para contratar bons técnicos, percebi que foi essa carência que fez crescer técnicos como Joel e jogadores vindo do sul que passaram a idéia que resolveriam o problema da auto-estima dos torcedores mais jovens que não viram os grandes times da categoria sub-20 do Bahia que ganhavam todos os campeonatos baianos, uma escola que nos deu ídolos verdadeiros. Esse deve ser o trabalho do Bahia, agora, não se preocupar com técnicos e jogadores ingratos.

*Foto cedida pela torcida do Sâo Paulo

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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