Nepotismo, concentração em motel e greve

Que a situação do Juazeiro no campeonato está bem difícil, basta olhar a classificação do campeonato para constatar. Só que os problemas, como já era de se suspeitar, vão muito além disso. Em contato com o site galáticos.com muitos jogadores que foram dispensados contaram os absurdos contidos no clube. Veja os principais trechos da matéria:

O zagueiro Matheus, dispensado na semana do carnaval, revelou que ainda não viu a cor do dinheiro do clube. “Até o momento não teve nenhum pagamento. Eles estão correndo atrás de cotas e também estão vendo se conseguem empréstimos. A gente trabalhou, não só eu, mas a maioria dos jogadores dispensados e saímos porque o professor Sérgio está querendo trazer outros jogadores, então já que o clube não tem condições de segurar, anunciou essa lista de dispensa. Estamos no hotel esperando eles chegarem para poder resolver nossa situação”, disse.

Segundo o defensor, o descaso da diretoria foi tanta que os jogadores tiveram que ajudá-lo quando pegou uma virose, pois não tinha nenhum profissional médico no clube. “Os jogadores machucados passam por uma fisioterapia, mas eu fiquei doente e ninguém da diretoria estava aqui e fui ajudado pelos próprios jogadores”, comentou.

O lateral [juninho Piauí] reforça o boato de que os jogadores estão ameaçando não entrar em campo na partida contra o Bahia, no próximo dia 11 de março, caso o pagamento dos salários não seja feito antes. “Para mim a decisão deles não é errada. Eles são atletas do clube, estão trabalhando e tem todo o direito. Acho que apesar dos resultados não estarem vindo, não estão errados. Não é só o resultado que importa, o pagamento dos jogadores também é importante”, frisou.

A situação do Juazeiro é tão delicada que os jogadores tiveram que dormir em um local inusitado antes de uma partida. “Fomos para Camaçari e ficamos hospedados em um motel. Dava para ouvir os gemidos dos casais de noite. Isso atrapalhou nossa concentração”, revelou um jogador que preferiu o anonimato.

Juninho Petrolina ainda revela que a diretoria do Juazeiro adotou o nepotismo na comissão técnica. “Baé é uma pessoa boa, mas cometeu vários erros. Um deles foi ter colocado o filho como preparador físico e o genro como auxiliar, que não estão capacitadas para o cargo que ocupam. Dizem que meu salário era alto, mas meu salário é menor do que o do filho e do genro. Se falassem que não poderiam me pagar, eu aceitava sem nenhum problema, pois eu queria era jogar. Mas faço questão de falar que nesse meio existem várias pessoas boas, como Emerson Zirilau, Zó e o gerente Wágner Rocha”, afirmou.

Desde o início do campeonato baiano, a diretoria do Juazeiro já dispensou dez jogadores, sendo que todos estão aguardando o pagamento dos dias trabalhados, entre eles o zagueiro Dias, que foi liberado, recebeu R$ 200 da diretoria para poder viajar, mas a passagem custava R$ 110, ficando apenas com R$ 90.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário