Bahia de 2011 e seus resultados!

Ontem, o Maurício Guimarães fez um apanhado dos maiores acontecimentos da dupla BAxVI no ano de 2011 e, ainda hoje, o Victor Hugo publicará outros aspectos do pessoal que circula por Itinga e Canabrava. Mas se a recuperação dos fatos for levada ao pé da letra e com algum senso crítico, é possível notar que o ano foi sofrível para o Esporte Clube Bahia, assim como foi péssimo para o Vitória que, sem dúvida, viveu um ano trágico em todos os sentidos, quando fracassou em tudo que disputou, salvando-se apenas nas categorias de base e no Esporte amador.

Mas o Bahia ganhou o quê? Temos a mania de usar os dois maiores clubes da Capital como referencial de sucesso e fracasso. Se o Vitória não subiu e o Bahia não caiu, alguém tem a ilusão que a vida está ganha, no entanto, isto NUNCA pode implicar dizer que o Bahia foi melhor que o Vitória, ou que tivemos um ano vitorioso, mas infelizmente usamos sempre esse paralelo falso, tão falso como a alegria do dono do Chevette velho, ao saber que seu vizinho acabou de comprar uma patinete.

Um time de futebol se estabelece pelos seus títulos, vitórias e glórias dentro de campo ou, em um segundo momento, através de campanhas que venham, pelo menos, dignificar as tradições de um clube e, neste quesito, o Bahia foi um fracasso, e me perdoem os letrados e donos do português correto e sisudos em afirmações pontuais, mas a verdade que salva ou liberta, como diria Franciel Cruz, é uma só: o Bahia não comeu ninguém.

Entrou o ano fracassando quando foi o terceiro colocado do pobre Campeonato Baiano, fazendo uma campanha onde foi derrotado até para o Atlético-BA, foi eliminado na Copa do Brasil no segundo round, após receber uma goleada vergonhosa do Atlético-PR e acabou de forma melancólica, o Brasileiro da Serie A, após fugir da degola na penúltima rodada, ao empatar em 1 x 1, com o Santos, que já foi de Pelé e agora pertence ao Neymar.

Mesmo não sendo daqueles que reputa a décima quarta posição do Brasileiro como grande feito, credito como aceitável, por entender que o clube ainda é do tipo B aguado fermentando na Série A, portanto, como novato, sem dinheiro ou prestígio, não poderíamos esperar, no ano que os otimistas chamam de transição, outros de fase de reestruturação, vitórias e avanços significativos para um time montando no decorrer da competição e que estava à beira da falência financeira e moral

Resumindo: o COMBUSTÍVEL que move e é a razão da existência do Bahia, ou qualquer outro clube, digo o FUTEBOL, tem um saldo de zero e que não deve nada aos anteriores nove anos que foram de fracassos de Janeiro a Dezembro, seja na conquista do título baiano, seja em boas campanhas, na Copa Brasil ou no Brasileiro. Ah, mas obteve a vaga para Copa Sul-americana. É muito pouco para o que cabe na garganta profunda do entusiasmado torcedor tricolor nos últimos dois anos.

Aliás, o torcedor do Bahia precisa melhorar bastante o seu nível de grandeza em 2012. Hoje vejo torcedores alegres e contentes, soltando foguetes e plantando bananeira no asfalto, não pelos títulos/campanhas conquistados em campo e sim, por ter o clube celebrado um contrato com a fornecedora de matéria esportivo da moda. A alegria foi tão grande, que este tipo de matérias publicada no BLOG foi responsável por uma quantidade absurda de acessos e comentários recheados de orgulho, me fazendo acreditar que parte dos torcedores do Bahia, ao levarem uma mulher ao motel, preferem cheirar a lingerie Duloren, deixando a sempre perseguida em segundo plano.

O vice-campeonato da Copa São Paulo no início do ano, poderia ser o grande mérito do futebol do Bahia, se não fossem os sucessivos fracassos que se sucederam no decorrer no ano, em todas as categorias de base. Apanhou que fez dó. Uma vergonha em todos os sentidos, que não pode fugir de qualquer balanço sério de uma agremiação esportiva e que tem como a essência principal o futebol.

O Bahia entrou o ano com um time de aluguel e acaba o ano sem jogadores suficientes para começar o Campeonato Baiano, um exemplo fica na zaga, onde só conta com um jogador, ainda assim, oriundo das divisões de base. Até o momento, daqueles considerados aprovados no ano que se acaba em nove dias, apenas Fabinho teve o contrato renovado e as perspectivas de contratação, segundo as especulações, seguem a mesma linha de sempre, alternando entre os refugos e as sobras de sinistro, como foram Ricardinho, Jobson, Carlos Alberto e Reinaldo.

O Bahia cresceu MUITO foi no markentig do clube, por estar na Série A e por ter estrategicamente contratado jogadores caros e polêmicos, junto com técnico de apelo como Joel Santana e outras infinidades de ações, deliberadamente buscando visibilidade e, a reboque, a promoção pessoal do seu presidente, que em contrapartida, até agora, não disse para o que veio, quando o assunto é a matéria prima de qualquer clube que se respeita, tornando o Campeonato Baiano de 2012 uma obrigação de primeira ordem, já que essa competição é a única onde o clube tem possibilidades de sucesso em 2012.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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