Bahia: “eleições” dia 6 de dezembro

Uma das coisas mais bonitas quando o Brasil se redemocratizou foi ver a festa que se instalou na nossa cidade com todos muito esperançosos de um país melhor, escrito diretamente com nossa vontade.

Essa festa de cores, alternativas, ambições, em 1989, minha primeira eleição, também como mesário, quando eu vivi a experiência de servir à minha nação, foi também algo que vi se aperfeiçoar com o tempo. Desde então nosso país vive agora com urnas eletrônicas, lei ficha limpa e tantas novidades que o político que não se modernizou ficou a ver navios.

É verdade que a figura do político continua aviltada pela relação espúria entre o público e o privado, este que ainda não encontrou na política barreiras mais fortes para serem contidos seus ímpetos gananciosos.

Mas, é inequívoco que estamos melhores. Nós crescemos, vimos um Presidente sair, outros subirem a rampa e começarem um processo que ainda não sabemos onde vai dar, contudo louvamos o que está se insinuando como um país moderno e orgulhoso.

Nos clubes de futebol as coisas não andaram muito para frente. Parece-me que as oligarquias que lá se apoderaram de seu capital maior, a paixão popular, não traduzem o sentimento do novo torcedor de futebol. O torcedor que quer um clube profissionalizado, transparente, semente de debates de ideias e severamente rigoroso contra qualquer trincheira de abuso de poder.

No Bahia, podemos dizer que o processo de democratização ficou estacionado numa vontade inicial contagiante, que não se traduziu em atitudes concretas, pois dia 6 de dezembro teremos uma eleição no Bahia, mais uma vez indiretamente, onde conselheiros não eleitos terão a honra de apenas confirmar o que já está arranjado.

Isso é triste num país redemocratizado, um país que é de seus filhos, um país que merecia clubes, particularmente um clube baiano, realizar o sonho de sua democracia com participação de seus sócios, de tricolores que merecem um clube melhor, com discussão, com chapas, com mais vigor institucional. Mas não.

É triste ver o Bahia ainda andando aos pés de uma formiga quando tem capacidade de andar como um grande predador. Foi assim que senti o nosso Bahia enquanto assistia um filme, o Bahia ainda não passa de “comida” para os grandes, somos sardinhas por causa da mentalidade da direção do clube.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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