Depois do Bahia disputar dois anos de Série B e ter retornado à 1ª divisão do futebol brasileiro em 2011, tenho propriedade, como presidente do clube, para afirmar que a Série A do Brasil é o campeonato mais difícil e disputado do mundo.
No Brasil, temos sete ou oito clubes em condições de conquistar o título nacional. Além da qualidade das equipes e o equilíbrio técnico, ainda possuímos a particularidade de termos bons times que estão nas últimas posições e que em várias rodadas, surpreendem os líderes.
O Corinthians liderou o campeonato durante 17 rodadas seguidas, mas foi derrotado pelo Avaí e depois emplacou uma seqüência sem triunfos de alguns jogos. O Flamengo, há dois meses, era o clube da moda, com apenas uma derrota na temporada e de repente, ficou 10 jogos sem vencer e afastou-se um pouco da briga pelo topo da Série A.
No nosso retorno à Série A, tivemos turbulências, naturais para um clube que ficou sete anos longe da elite, mas com muito trabalho e dedicação, estamos nos equilibrando e nossa primeira ambição é atingir uma pontuação que nos mantenha na 1ª divisão. Depois de conquistar este objetivo, vamos galgar vôos mais altos, como Sulamericana ou Libertadores.
Muitos podem até pensar. “Não é pensar pequeno, para um clube como o Bahia?”. Respondo que não. Temos que ser realista. Não se trata de pessimismo. Fazer parte da elite de um campeonato como o Brasileiro já é uma prova de que a agremiação é grande.
Apesar de seu o Presidente de clube mais jovem do Brasil, com apenas 35 anos, depois de cinco meses de Série A, me sinto experiente ao ponto de encarar o campeonato desta forma e também fazer outra importante constatação. Não há “receita de bolo” para o sucesso. Os conceitos que imaginamos ser os corretos neste ano podem cair por terra na temporada seguinte. Um exemplo claro é o Cruzeiro, que há dois anos estava disputando a final da Libertadores e hoje, encara uma crise técnica, o aproximando da zona de rebaixamento.
Então, qual é a solução? Acredito que seja o trabalho, sempre antenado ao mercado e às tendências do cenário do futebol nacional e não ter medo de ousar.
Este ano, trouxemos profissionais do nível de Carlos Alberto, Ricardinho e Joel Santana. As maiores contratações do futebol da Bahia nos últimos 20 anos e algumas das maiores do Nordeste. Este tipo de investimento já vinha sendo feito desde 2010, quando trouxemos o Gestor de Futebol Paulo Angioni e atletas do porte de Morais, hoje no Corinthians.
A Série A será difícil até a última rodada, mas estamos confiantes de que vamos atingir o objetivo que estiver ao nosso alcance. Permanência, Sulamericana, Libertadores? Não sei, mas não vamos medir esforços para fortalecer o Esporte Clube Bahia a cada temporada e espero que muito em breve estejamos brigando pelas primeiras posições da 1ª divisão.
Marcelo Guimarães para o BLOG Donas da Bolas